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Cara de Sapato comemora final da PFL, contrato melhor que do UFC e momento especial na carreira

Aos 31 anos, o paraibano Antônio Carlos “Cara de Sapato” Jr. já foi campeão mundial no jiu-jítsu, levou o título do TUF Brasil 3, e figurou no ranking

Cara de Sapato comemora final da PFL, contrato melhor que do UFC e momento especial na carreira
Cara de Sapato comemora final da PFL, contrato melhor que do UFC e momento especial na carreira

Redação Publicado em 13/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h06


Lutador paraibano disputa cinturão meio-pesado no dia 27 de outubro, contra o dinamarquês Marthin Hamlet. Ele fará cinco lutas em 2021: “Fazia uma luta por ano no UFC”

Aos 31 anos, o paraibano Antônio Carlos “Cara de Sapato” Jr. já foi campeão mundial no jiu-jítsu, levou o título do TUF Brasil 3, e figurou no ranking peso-médio (até 84kg) do UFC. Mas 2021 pode ser o ano mais marcante. Ele está na final do torneio peso-meio-pesado (até 93kg) da Professional Fighters League (PFL), marcada para o dia 27 de outubro, em que pode ganhar seu primeiro cinturão no MMA, além de embolsar um prêmio de US$ 1 milhão.

– Hoje estou me sentindo muito bem como atleta, encontrei minha categoria de peso, está tudo bem ajustado. Estou sentindo que estou no meu melhor momento (…). Hoje, além de mais experiente, mudei a cabeça para melhor, como na questão de estratégia, além da vivência no MMA com grandes lutadores, tenho vários parceiros de treinos que são só pedreiras, e por tudo que já passei. Tive lutas duras, tive lutas mais fáceis, mas sim, hoje é meu melhor momento como atleta – avaliou o lutador em entrevista ao Combate.

Antônio Cara de Sapato está na final da PFL no torneio meio-pesado — Foto: Divulgação / PFL

Antônio Cara de Sapato está na final da PFL no torneio meio-pesado — Foto: Divulgação / PFL

Em janeiro deste ano, Cara de Sapato perdeu para Brad Tavares por decisão unânime, e ali teve sua trajetória no UFC encerrada. Mas sem o ano começou difícil, tudo mudou em pouco tempo. Em abril, ele estreava pela PFL com vitória contra Tom Lawler ainda no primeiro round. Quatro meses depois, Sapato garantia vaga na final do torneio ao bater o atual campeão e argentino Emiliano Sordi.

– Sempre me imaginei com o cinturão de uma grande organização. Eu estava no UFC me imaginando com o cinturão de lá, agora na PFL me imagino com o cinturão na PFL. A vida é feita de ciclos, foi um tempo bom no UFC, de muito aprendizado, tiveram muitas coisas boas, muitas vitórias, e muita coisa que me deixou triste, mas que me ajudou a amadurecer e crescer como ser humano e atleta. Quando entrei na PFL disse que isso era um recomeço, um novo ciclo na minha vida, e foi exatamente isso, um momento novo, com outra cabeça, estou super feliz com tudo. Tudo está caminhando bem na minha vida. Nos treinamentos parece que tudo se ajustou, na minha vida pessoal também, e isso faz uma grande diferença, além da maturidade que adquiri nesse tempo, que fez uma diferença grande.

Cara de Sapato não tem só as vitórias e a luta pelo título para comemorar. Financeiramente, a troca de organização foi um ganho. Além disso, ele chegará a cinco lutas em 2021, algo que só fez quando participou do TUF em 2014.

– Fechei um contrato muito bom, melhor do que o que tinha no UFC, inclusive. Financeiramente, foi perfeito. Profissionalmente, falando do número de lutas que fiz nesse ano, foi excelente também. Como experiência de luta é maravilhoso estar lutando o tempo todo, não perder o ritmo, estar competindo (…). Cinco lutas é um número excelente. Eu fazia uma luta por ano no UFC e agora fazer cinco foi perfeito. Fiz em um ano o que duraria quase cinco para fazer. Excelente financeiramente e pela competição.

Integrante da American Top Team, na Flórida, Antônio Cara de Sapato ficará frente a frente com o norueguês Marthin Hamlet no dia 27 de outubro, valendo o cinturão da PFL. O brasileiro ressaltou a força do rival, mas apontou buracos no jogo de grappler dele.

– Dá para perceber que fisicamente ele é muito forte. Mas ele é menos experiente que eu, enfrentou caras sem tanto nome. Ele vai muito no físico, é sete vezes campeão nacional de greco (romana), então o primeiro round deve ser bem forte. Mas se for para o chão me sinto muito confortável, mesmo por baixo. Mas não o vejo com um arsenal muito grande, mesmo no grappler. Deve bater muito forte, tenho que tomar cuidado com isso, e tomar cuidado para não cair num jogo de ficar sendo amarrado e deixar isso fluir. Tenho que botar bastante volume, porque você vê que ele não tem muito volume, e quando bota termina cansando e se entrega um pouco, acho que até devido a esse porte dele. Ele tem uma trocação razoável, anda bem para frente justamente para querer grudar, mas não vejo realmente um striker muito apurado. Logicamente, com aquela luvinha a gente tem que estar tomando sempre cuidado, principalmente nessa categoria.

Especialista no chão, Sapato ressalta que tem cinco rounds para buscar a vitórias, mas sem se afobar em busca de uma finalização. Ele garante ter aprendido que não dá para telegrafar o que quer fazer. É preciso surpreender.

– A oportunidade tem que vir, se apresentar. Você não pode simplesmente forçar algo, senão fica fácil a leitura para o seu adversário. Uma das coisas que aprendi nesse tempo é não forçar, é você ir fazendo a situação acontecer para que ela se torne mais fácil, seja para a queda, seja para uma mão que entra. Você querer forçar algo termina ficando muito claro para o adversário o que você quer, você mostra demais aquele golpe, passa do ponto. Essa é uma estratégia ruim e um erro que já cometi no passado, e hoje tenho tentado deixar fluir. Você vai achando as brechas para quando achar não desperdiçar.

Antônio Cara de Sapato venceu o atual campeão Emiliano Sordi na semifinal — Foto: Divulgação / PFL

Antônio Cara de Sapato venceu o atual campeão Emiliano Sordi na semifinal — Foto: Divulgação / PFL

A PFL só anuncia a cada temporada quem vai estar no torneio, mas Cara de Sapato espera poder estar na organização no ano que vem, independente do título. Mas no intervalo entre uma disputa e outra ele já tem alguns planos – ou bastante planos.

– Eu gostaria (de permanecer), tenho esse desejo (…). Devem ser seis meses (sem lutar) se o calendário for parecido com esse ano. Vou querer descansar, tirar férias, mas estou muito com a ideia de ir para a Tailândia passar um tempo, tenho vontade de aprimorar várias coisas no meu jogo, pensei em passar um tempo para aprimorar o chute. É uma coisa que estou adicionando no meu jogo, acho que ainda não faço muito bem. Quero passar um tempo com professor (Luiz) Dórea na Bah também, e quero competir alguma coisa de jiu-jítsu.

PFL 2021 – Finais
27 de outubro de 2021, em Hollywood (EUA)
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-pesado: Bruno Cappelozza x Ante Delija (final)
Peso-leve: Kayla Harrison x Taylor Guardado (final)
Peso-meio-médio: Ray Cooper III x Magomed Magomedkerimov (final)
Peso-leve: Loik Radzhabov x Raush Manfio (final)
Peso-meio-pesado: Antônio Cara de Sapato x Marthin Hamlet (final)
Peso-pena: Chris Wade x Movlid Khaybulaev (final)
Peso-leve: Claressa Shields x Abigail Montes

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Globo Esporte

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