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Candidatos a reitor da USP apontam inclusão social, reposição salarial e defesa da ciência como prioridades

A Universidade de São Paulo (USP) escolherá na quinta-feira (25), em eleição indireta, um novo reitor para o mandato de quatro anos (2022-2026), que terá o

Candidatos a reitor da USP apontam inclusão social, reposição salarial e defesa da ciência como prioridades
Candidatos a reitor da USP apontam inclusão social, reposição salarial e defesa da ciência como prioridades

Redação Publicado em 22/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h14


A Universidade de São Paulo (USP) escolherá na quinta-feira (25), em eleição indireta, um novo reitor para o mandato de quatro anos (2022-2026), que terá o desafio de superar as desigualdades de ensino criadas durante o período da pandemia.

Apenas duas chapas se inscreveram para a disputa este ano: a “Somos Todos USP”, que é encabeçada pelo físico Antonio Carlos Hernandes e tem como candidata a vice-reitora Maria Aparecida Machado; e a chapa “USP Viva”, encabeçada pelo médico Carlos Carlotti Junior e que tem Maria Arminda Arruda como candidata a vice-reitora.

Os dois candidatos faziam parte da atual gestão do reitor Vahan Agopyan. Eles se licenciaram dos cargos de vice-reitor e pró-reitor de pós-graduação, respectivamente, para concorrer.

Ambos defendem políticas de diversidade e inclusão social para dar continuidade às ações que fizeram com que a universidade chegasse, pela primeira vez na história, à maioria de novos alunos vindos de escolas públicas. Com alívio nas contas da USP após crise financeira, eles também acreditam ser possível um reajuste salarial e novas contratações de professores e funcionários.

Em entrevista ao g1, Carlotti e Hernandes destacaram suas principais propostas. Veja abaixo:

Inclusão e diversidade

A adesão ao Sisu e o sistema de cotas iniciado em 2017 fizeram com que a USP chegasse, em 2021, a 51,7% dos ingressantes oriundos de escolas públicas, sendo 44,1% autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Os candidatos pretendem avançar em políticas de inclusão.

A chapa “Somos Todos USP” propõe a criação de um “Conselho Especial de Inclusão e Diversidade”, composto pela academia e por representantes da sociedade civil.

“Dentro desse conselho terão grupos temáticos étnicos-raciais, de gênero, LGBTQIA+ e de acessibilidade, que vão decidir os próximos projetos para esse processo de inclusão e diversidade. O conselho vai atuar transversalmente, de maneira descentralizada. A universidade sozinha já fez a parte dela, agora é necessário trabalhar em conjunto com a sociedade”, diz Hernandes.

Já a chapa “USP Viva” defende a criação de uma nova pró-reitoria para coordenar e apoiar as políticas de permanência estudantil, saúde integral e inclusão social.

“O principal é uma gestão para as pessoas. A USP fez um grande processo de inclusão. O que nós precisamos agora é fazer, com a mesma intensidade, um processo que acolha essa inclusão. Nós precisamos ter um processo de permanência estudantil. A inclusão não é só financeira. É acadêmica, uma preocupação com saúde mental, uma preocupação com oportunidades”, diz Carlotti.

Pandemia

A pandemia trouxe disparidade de condições de acompanhamento para alunos de todas as etapas do ensino, e na USP não foi diferente. Alguns cursos da área da saúde, por exemplo, continuaram com as aulas práticas essenciais mesmo com o fechamento durante a quarentena. Já os cursos teóricos realizaram atividades apenas de forma online até outubro de 2021, data do retorno presencial na universidade.

“A mudança que fizemos para o ensino não presencial foi quase emergencial. Nós fomos nos adaptando, fomos aprendendo. Na nossa proposta estamos pedindo para que todas as unidades e todos os cursos façam uma análise rigorosa do que perdemos para fazer um plano de reposição para o ano que vem. Dependendo de cada curso, tudo está na mesa de como podemos compensar, até fazer uma prorrogação do prazo para o aluno se formar”, afirma Carlotti.

“É um desafio a acomodação daquilo que restará dessa reflexão do que aprendemos na pandemia. A universidade não parou, seguiu com as dificuldades impostas, mas aprendeu a realizar uma série de ações utilizando a tecnologia da informação. Entendemos que esse é um processo que deve permanecer. Mas tem que ficar claro que a USP é uma universidade presencial. Não haverá substituição pelo ensino remoto. O que haverá é o uso de metodologias ativas para a formação”, diz Hernandes.

Ambos candidatos também propõem ações focadas em saúde mental para acolhimento dos estudantes e aumento de recursos financeiros para bolsas que permitam a permanência estudantil.

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G1

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