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Campos Neto prevê aprovação da autonomia do BC no primeiro trimestre

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje (9) que o projeto de autonomia da instituição pode ser aprovado ainda no primeiro

Campos Neto prevê aprovação da autonomia do BC no primeiro trimestre
Campos Neto prevê aprovação da autonomia do BC no primeiro trimestre

Redação Publicado em 09/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h25


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje (9) que o projeto de autonomia da instituição pode ser aprovado ainda no primeiro trimestre deste ano no Congresso Nacional. “É sempre uma prerrogativa do Legislativo. Quando decidimos colocar [a previsão] no primeiro trimestre, entendemos que existe um ambiente legislativo propício para aprovação”, disse, em entrevista, para apresentar os resultados da Agenda BC#, que reúne as ações estratégicas do banco para os próximos anos.

A autonomia do BC é garantida com a perda do status de ministro de Estado do presidente do banco e com mandato fixo para o presidente e diretores da instituição, não coincidente com o do presidente da República.

Há dois projetos em tramitação no Congresso, um no Senado, aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em novembro do ano passado, e outro na Câmara, encaminhado pelo governo em abril de 2019. Segundo Campos Neto, as duas matérias podem ser anexadas, mas isso vai depender do Legislativo.

O presidente do BC disse que tem conversado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir as prioridades e dar andamento à tramitação do projeto que está na Casa, mas reafirmou que esse é um processo legislativo.

Sobre a possibilidade de um mandato duplo para o Banco Central, Campos Neto entende que não é “uma forma eficiente de operar”. Nesse modelo, a instituição persegue dois objetivos, o controle de inflação e o crescimento econômico.

No Brasil, há apenas o controle da inflação e, para alcançar a meta, em 4% para 2020, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

“Países que têm mandato duplo, na prática, não usam. Tenho conversado com banqueiros centrais de outros países e o que se mostra é que a melhor forma de contribuir com o crescimento é por meio do controle de inflação do Banco Central”, explicou Campos Neto.

Outra expectativa do presidente do BC para o primeiro trimestre é aprovar o projeto de lei sobre a legislação cambial, encaminho em outubro ao Congresso Nacional. O objetivo é instituir um novo marco legal para o mercado de câmbio e de capitais estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior. Uma das mudanças é a possibilidade de brasileiros manterem contas em reais e em moeda estrangeira.

Agência Brasil

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