Com cerca de 24 mil agentes de segurança, áreas fechadas para o trânsito e até mesmo para pedestres, interrupção total do sistema de metrô e trens, Buenos
Redação Publicado em 28/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h37
Com cerca de 24 mil agentes de segurança, áreas fechadas para o trânsito e até mesmo para pedestres, interrupção total do sistema de metrô e trens, Buenos Aires se prepara para receber a cúpula do G20, que será realizada na próxima sexta-feira (30) e no sábado (1º).
A capital argentina receberá os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump; da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping; o príncipe saudita Mohammad bin Salman, entre outros. As autoridades estimam a participação de cerca de 15 mil pessoas, incluindo 3 mil jornalistas, na cúpula.
Enquanto isso, os portenhos, principalmente os que moram nas áreas mais isoladas, reclamam que a cidade está sitiada para seus moradores.
Veja como a cidade está se preparando:
Em Buenos Aires, uma cidade de 3 milhões de habitantes e 200 quilômetros quadrados, foram definidas seis zonas com diferentes graus de restrições de segurança.
A área onde a cúpula G20 será realizada, Costa Salguero, local praticamente desabitado nas margens do Rio da Prata, será fechada ao tráfego de carros e pedestres, bem como a navios e aeronaves, com uma zona de exclusão total do espaço aéreo.
O aeroporto Aeroparque, próximo à cúpula, estará fechado, assim como o de Palomar, localizado nas proximidades de Buenos Aires. Apenas o internacional de Ezeiza, ao sul, funcionará.
Os outros espaços de restrição absoluta estão localizados em torno do Teatro Colón, no centro da cidade, onde na sexta-feira será o jantar de gala para dignitários, e perto do Centro Cultural Kirchner, também no centro histórico e onde, no sábado, o presidente argentino, Mauricio Macri, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se reunirão.
A Argentina mobilizará 22.000 agentes e as delegações estrangeiras trarão outros 2.000 durante a cúpula, segundo a ministra da segurança, Patricia Bullrich.
A delegação dos EUA traz cerca de 800 efetivos para Buenos Aires, mas também foram autorizadas a entrar no Uruguai, no outro lado do Rio da Prata, oito aeronaves da Força Aérea, com tripulação civil e militar.
A imprensa argentina especula até mesmo sobre a chegada de um porta-aviões.
Para garantir a segurança da cúpula, a China fez uma doação de equipamentos de segurança que depois serão deixados para as forças policiais argentinas.
O equipamento consiste em 30 motocicletas usadas por batedores, dois caminhões de retirada rápida de grades antidistúrbios e quatro caminhões blindados de intervenção rápida.
A lista inclui ainda 87 detectores de explosivos e drogas e 40 trajes de proteção antiexplosivos, entre outros materiais.
Para limitar os deslocamentos dos habitantes, na sexta-feira, foi decretado feriado na capital argentina. Nesse mesmo dia, movimentos sociais argentinos convocaram uma manifestação contrária ao encontro, que foi autorizada pelo governo. Ela irá percorrer as avenidas 9 de Julio e De Mayo, com destino à Plaza de los dos Congresos.
“A ideia que nós temos é de que esta seja uma reunião pacífica, tranquila, que todos que queiram se manifestar, que tenham uma posição contrária às discussões do G20 façam isso no marco da paz, da liberdade de expressão, e não no marco da violência. Estamos totalmente abertos a essa possibilidade”, informou recentemente a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
Os estudantes também foram impactados. Eles terão que esperar por mais alguns dias para fazer os exames de final de ano e saber se foram aprovados ou não. Isso porque algumas escolas e universidades decidiram postergar as provas finais. Outras, mudaram o local de prova.
Os hospitais também estão em alerta para receber mais pacientes. Algumas cirurgias que teriam recuperação em unidade de tratamento intensivo foram canceladas para deixar leitos livres. De acordo com o jornal “El Clarín”, o Minsitério da Saúde de Buenos Aires pediu que oito instituições médicas deixem a maior quantidade de camas livres nas áreas críticas e próximas a elas.
“Estamos trabalhando com uma hipótese de conflito. Um conceito que talvez seja infeliz, por ser muito bélico, mas que se traduz em prepararmos para um acontecimento que gere vítimas múltiplas”, disse um médico do Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez ao jornal.
“O G20 é um evento especial, em que pode haver incidentes químicos, fumaças tóxicas, gás de pimenta, diferentes cenários que nos obrigam a ter uma área de desintoxicação, que já está contemplada”, acrescentou.
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