Nove países, entre eles o Brasil, estão qualificados para eliminar a hepatite C até 2030, segundo dados do Observatório Polaris que serão divulgados nesta
Redação Publicado em 01/11/2017, às 00h00 - Atualizado às 07h01
Nove países, entre eles o Brasil, estão qualificados para eliminar a hepatite C até 2030, segundo dados do Observatório Polaris que serão divulgados nesta quarta-feira (1) em evento em São Paulo. Além do Brasil, Austrália, Egito, Geórgia, Alemanha, Islândia, Japão, Holanda e Catar estão dentre os países que caminham rumo à eliminação da doença nos próximos anos.
O Observatório Polaris é uma iniciativa do CDA Foundation, ONG americana criada para acelerar metas globais para a eliminação da hepatite B e C. Segundo a ONG, esses países se comprometeram com a expansão de medicamentos de ação direta, aqueles que atuam diretamente na replicação do vírus — com uma taxa de cura que pode chegar a 98%.
Esses medicamentos trouxeram a esperança de que a eliminação da hepatite seja uma possibilidade real — mais de 30 mil pacientes com hepatite C foram tratados e curados em 2016, informa o documento. No Brasil, esses novos compostos passaram a ser oferecidos em 2015, mas com restrições.
Agora, o documento informa que o Ministério da Saúde do Brasil se comprometeu a tratar todas as pessoas com hepatite C em qualquer fase da doença — o que vai ajudar o país a atingir a eliminação. Hoje, apenas pacientes com maiores danos ao fígado são elegíveis a esses medicamentos. A nova diretriz, com a expansão do tratamento, deve entrar em vigor em 2018.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que há 657 mil pessoas no Brasil com infecção por hepatite C. O Ministério da Saúde informou ter por meta tratar 50 mil pacientes com hepatite C por ano. O país também planeja apresentar novas iniciativas para testar o máximo de pacientes.
O documento informa que esses noves países apresentam trabalhos inovadores no combate à hepatite. Além da expansão do tratamento no Brasil, o país também oferece vacinas de hepatite B para toda a população.
Também o documento cita políticas inovadoras no Egito, que deve testar 30 milhões de pessoas para a doença até 2018, com iniciativas de triagem em massa. O país também produziu versões genéricas para os tratamentos mais modernos para a hepatite e expandiu o acesso.
A Austrália também concedeu acesso universal para pacientes de hepatite C, com um investimento de US$ 1 bilhão ao longo de cinco anos.
O documento informa que, apesar dos avanços nesses países, nem todo o mundo está avançando no combate à doença — com alguns deles sem sequer terem dados precisos sobre a incidência da doença na população. Além disso, informa o relatório, há escassez de financiamento, falta de acesso a diagnósticos e de medicamentos.
As hepatites virais matam mais de 1 milhão de pessoas todos os anos – e mais de 300 milhões de pessoas estão cronicamente infectadas pelas hepatites B ou C, informa o documento. Esses dados, no entanto, podem ser ainda maiores — já que cerca de 80% dos pacientes com hepatite C não foram diagnosticados, segundo dados da World Hepatitis Alliance, aliança mundial de combate à hepatite.
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou metas globais para a doença que incluíam uma redução de 90% nas novas infecções por hepatites B e C e uma redução de 65% na mortalidade relacionada às hepatites B e C até 2030.
O Brasil é anfitrião de evento sobre hepatite que reúne, entre os dias 1 e 3 de novembro, uma audiência global de grupos da sociedade civil e da Organização Mundial da Saúde. Ao todo, cerca de 249 membros internacionais, entre cientistas, gestores e autoridades de saúde pública comparecerão ao evento para debater e promover resposta às hepatites virais.
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