Diário de São Paulo
Siga-nos

Borrachinha revela ter lutado “de ressaca” contra Israel Adesanya: “Tomei muito vinho para dormir”

A derrota para Israel Adesanya no UFC 253, na Ilha da Luta, aos poucos vai tendo seus bastidores revelados. Muito criticado pela forma como atuou diante do

israel adesanya
israel adesanya

Redação Publicado em 01/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h19


Peso-médio brasileiro diz ter tido problemas com cãibras na véspera da luta contra o nigeriano na Ilha da Luta, em Abu Dhabi, e decidiu beber para “apagar”: “Virei uma garrafa inteira”

A derrota para Israel Adesanya no UFC 253, na Ilha da Luta, aos poucos vai tendo seus bastidores revelados. Muito criticado pela forma como atuou diante do campeão dos pesos-médios, Paulo Borrachinha revelou, em um vídeo postado no seu canal no “YouTube”, ter atuado de ressaca na luta principal do evento. Segundo ele, as cãibras que atingiram a sua perna não o deixaram dormir na véspera da luta, e ele decidiu, já de madrugada, beber vinho para literalmente “apagar” e conseguir dormir.

– Ele teve o mérito de me nocautear, de aproveitar o que ele tinha. Mas eu acredito mais em mim do que nele (risos). Eu lutei meio que bêbado. De ressaca. eu não conseguia dormir por causa das cãibras. Lembrando que as lutas lá acontecem 9h da manhã e a gente tinha que acordar às 5h para fazer alongamento, aquecimento, a mão… enfim, o UFC exigiu que eu acordasse às 5h para ir para o ginásio para lutar. Até 2h30 da manhã eu não tinha dormido. Foi erro meu, não culpo ninguém. Foi uma atitude que eu escolhi. Eu precisava dormir, estava há mais de 24h acordado, e eu tomei muito vinho. Uma garrafa, para tentar apagar. Tomei um copo, não adiantou. Dois copos, não adiantou. Meia garrafa, não adiantou. Aí eu decidi virar. E foi uma sensação muito diferente. Em toda luta eu entro muito ativo, com um pouco de medo, com receio de ser golpeado. Eu fico muito ligado. Nessa luta, pelo título, eu estava sonolento, abrindo a boca e sem nenhuma preocupação. Nenhuma. Isso foi estranho. Eu não senti nada de angústia, de agonia. Tive muita serenidade, que até me assustou tanta calma.

Borrachinha garante que seu estilo de luta não mudou em nada, mas admite que estava com 10% ou 20% da sua capacidade na hora da luta, e acredita que a decisão mais correta teria sido não lutar.

– Eu não mudei. Mas naquela luta contra o Adesanya eu estava com 10% ou 20% da minha capacidade. Tivemos que mudar a estratégia no vestiário. “Não ataca ele, só espera nos dois primeiros rounds”. Hoje sabemos que foi um erro, mas agora é fácil falar. O certo seria não ter lutado, pelas condições péssimas, precárias, em que eu estava. Muita gente perguntou o que aconteceu, por que eu estava diferente. Eu estava diferente porque as condições estavam péssimas. Não dormi, cãibra na perna o tempo todo, até antes da luta, no vestiário. A Comissão Atlética foi duas vezes no vestiário para ver a minha perna, para tirar um óleo de massagem que a gente tinha passado. Mas eu sou muito confiante, queria lutar e pensei que daria para me apresentar assim. Mas a estratégia de não atacá-lo foi errada.

Paulo Borrachinha acredita que Israel Adesanya tem problemas contra lutadores com estilo agressivo — Foto: Getty Images

Paulo Borrachinha acredita que Israel Adesanya tem problemas contra lutadores com estilo agressivo — Foto: Getty Images

O brasileiro também falou sobre a ansiedade para enfrentar Adesanya mais uma vez. Na sua opinião, o nigeriano tem problemas com atletas com estilos semelhantes ao seu, por não conseguir absorver os golpes que recebe, e citou sua luta contra Yoel Romero.

– Se eu tivesse sido superado numa condição boa, talvez eu ficasse mais abatido, mais triste, porque eu teria achado um cara que me venceu muito bem. Mas por ter acontecido nessas condições, eu estou ansioso para lutar com o Adesanya novamente. Mas lutar de uma forma real, realmente agressiva, como eu tenho certeza que ele vai ter problemas, vai se complicar. Ele se complica quando a pessoa encurta a distância. Vimos isso acontecer com dois lutadores com ele no UFC. Ele respeita muito esse poder de nocaute. Ele sabe que tem uma fragilidade, não consegue absorver tantos golpes, por isso ele evade, corre muito. Foi o que aconteceu contra o Romero, por exemplo. Ele tomou uma mão e já ficou com medo por cinco rounds. Comigo, no primeiro round, mesmo eu não querendo atacá-lo, ficando estático, que eu nunca fico, ele respeitou muito a distância. Podia ter atacado desde o começo. No segundo round, ele criou confiança após ficar chutando a minha perna e viu que eu não representava muitos riscos (risos). Numa próxima luta vai ser bem diferente.

Com o contrato assinado para enfrentar Robert Whittaker na luta principal do UFC que acontece no dia 17 de abril, Borrachinha analisou o estilo do seu próximo adversário, e garantiu que não pretende travar uma guerra com ele. Sua ideia é que a luta seja a mais rápida possível, para que ele tenha condições de lutar rapidamente em seguida.

– O Whittaker é um grande atleta. Tem muitas qualidades, é um guerreiro. Muito raçudo. Espero nocauteá-lo para não ter que ficar fazendo aquela guerra. Ele faz guerras de cinco rounds, de três rounds, e eu não espero ter que fazer uma guerra com ele, para não me machucar mesmo e poder lutar mais rápido depois dessa. Espero ser bem preciso para pode nocautear com menos tempo de luta. Minha expectativa para a luta, contanto que eu venha fazendo o treino bem feito, como venho fazendo há mais de um mês, é nocaute ou finalização e bônus de performance. Vocês vão ver um Borrachinha agressivo, como sempre.

Confira o vídeo na íntegra:

UFC Whittaker x Borrachinha
17 de abril de 2021, em local a ser anunciado

CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-médio: Robert Whittaker x Paulo Borrachinha
Peso-médio: Gerald Meerschaert x Bartosz Fabinski
Peso-pesado: Chase Sherman x Parker Porter
Peso-mosca: Tracy Cortez x Justine Kish
Peso-galo: Tony Gravely x Nate Maness
Peso-leve: Austin Hubbard x Natan Levy
Peso-leve: Drakkar Klose x Jeremy Stephens

.

.

.

Fonte: GE – Globo Esporte.

Compartilhe  

últimas notícias