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Bolsonaro promoveu responsável de segurança no Rio mesmo se dizendo “preocupado”

Apesar de alegar que estava preocupado com a segurança dos seus filhos no Rio de Janeiro na reunião ministerial do 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro promoveu responsável de segurança no Rio mesmo se dizendo “preocupado”
Bolsonaro promoveu responsável de segurança no Rio mesmo se dizendo “preocupado”

Redação Publicado em 16/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 23h56


Ato do presidente contradiz sua versão sobre reunião ministerial apontada por Moro como prova de tentativa de interferir na Polícia Federal

Apesar de alegar que estava preocupado com a segurança dos seus filhos no Rio de Janeiro na reunião ministerial do 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro promoveu o responsável por essa função menos de um mês antes da reunião. Como revelou o “Jornal Nacional”, Bolsonaro promoveu no final de março o então diretor do Departamento de Segurança Presidencial e colocou o seu número 2 no lugar.

Entre as funções desse departamento, que é vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), está zelar pela segurança pessoal do presidente da República, do vice-presidente e dos seus familiares. Esse órgão era ocupado até o final de março por André Laranja de Sá Corrêa. Entretanto, no dia 26 de março ele foi promovido a general de brigada e foi transferido para o comando da 8ª Brigada de Infantaria Motoriza do Exército, localizada em Pelotas (RS).

A promoção de oficiais-generais é prerrogativa do presidente da República e deve ocorrer de acordo com o mérito. O cargo atualmente ocupado por Sá Corrêa é importante dentro da estrutura do Exército e já foi ocupado pelo atual ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Para o lugar de Sá Corrêa, Bolsonaro colocou Gustavo Suarez, que até então era diretor-adjunto do departamento.

A mudança contradiz a versão de Bolsonaro que ele queria, e não conseguiu, ter feito mudanças na segurança de familiares. Na reunião do dia 22, de acordo com transcrição apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), Bolsonaro disse querer trocar a “segurança nossa” no Rio. “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f* minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, declarou.

Na manhã desta sexta-feira (15), Bolsonaro afirmou novamente que estava se referindo à “segurança familiar”: “Eu espero que a fita se torne pública para que a análise correta venha a ser feita, tá? A interferência não é nesse contexto da inteligência não, é na segurança familiar. É bem claro, segurança familiar. Eu não toco PF e nem Polícia Federal na palavra segurança”.

IG
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