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Bolsonaro diz ver “algo muito grave acontecendo com democracia” após ação da PF

O presidente Jair Bolsonaro criticou na noite desta quarta-feira (28) em seu perfil pessoal do Twitter a investigação que apura fake news e ameaças contra

Bolsonaro diz ver “algo muito grave acontecendo com democracia” após ação da PF
Bolsonaro diz ver “algo muito grave acontecendo com democracia” após ação da PF

Redação Publicado em 28/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h38


Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a investigação que apura fake news e ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)

O presidente Jair Bolsonaro criticou na noite desta quarta-feira (28) em seu perfil pessoal do Twitter a investigação que apura fake news e ameaças contra ministros do  Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou haver sinais de que “algo muito grave está acontecendo com a nossa democracia”.

Sem mencionar a Corte, Bolsonaro afirmou que “ver cidadão de bem terem seus lares invadidos, por exercerem seu direito à liberdade de expressão, é um sinal que algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”.

Bolsonaro não especificou quem eram os cidadãos de bem a quem se referia. No início da manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão no inquérito que apura fake news. Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o blogueiro Alllan dos Santos (do site Terça Livre), o empresário Luciano Hang, a ativista Sara Winter e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

As buscas — determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes que preside o inquérito — foram feitas no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina.

Além disso, seis deputados bolsonaristas foram intimados a depor em um prazo de dez dias. São eles: Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral e Luiz Philippe de Orléans e Bragança. Todos os seis ainda estão filiados ao PSL, mas pedem desfiliação na Justiça.

A ação do Supremo provocou desconforto no governo. O presidente Jair Bolsonaro convocou ministros para uma reunião na tarde desta quarta-feira no Palácio do Planalto. Um dos objetivos é discutir uma estratégia de reação à operação determinada pela Corte.

O presidente não havia ainda manifestado a irritação com o assunto publicamento, mas nos bastidores demonstrou contrariedade com a ação da PF, em cumprimento à ordem do Supremo. Aos ministros, Bolsonaro mencionou medidas, como uma blindagem ao ministro Abraham Weintraub (Educação), que foi convocado a depor, dentro do mesmo inquérito, em função dos ataques que fez ao STF na reunião de 22 de abril. Bolsonaro demonstrou preocupação com a situação do ministro da Educação.

Apesar de sofrer resistência da ala militar do Palácio do Planalto, Weintraub conseguiu se fortalecer no governo após a revelação do vídeo da reunião ministerial. A avaliação de aliados do presidente é de que as declarações do ministro da Educação – apesar de agressivas ao Supremo – “resgatam o alicerce da campanha” de Jair Bolsonaro com a base eleitoral do presidente. Na leitura de aliados do governo, Weintraub, que já era popular entre o grupo mais ideológico de apoiadores, conseguiu crescer ainda mais na base bolsonarista. No Twitter, Weintraub manifestou solidariedade aos alvos da PF: “Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: Liberdade!”, escreveu.

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