Diário de São Paulo
Siga-nos

Bolsonaro diz ter escolhido Kassio Marques por “ter afinidade” com ele

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (10), em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, que seu indicado à vaga de ministro do Supremo

Diário de São Paulo
Diário de São Paulo

Redação Publicado em 10/10/2020, às 00h00 - Atualizado às 22h20


Presidente não citou indícios de plágio de seu indicado ao Supremo Tribunal Federal

presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (10), em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, que seu indicado à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)  precisaria ter afinidade e deveria tomar cerveja ou refrigerante com ele. O presidente aifrmou que tinha uma lista de 10 currículos e que a formação não foi o seu único critério de escolha.

Bolsonaro defendeu a escolha do desembargador Kassio Marques , do TRF-1, na transmissão de uma conversa com uma apoiadora no Guarujá, onde passa o fim de semana. O presidente não citou, no entanto, as evidências de que Marques teria plagiado trabalhos acadêmicos e distorcido informações de seu currículo.

“Tinha uns dez currículos [de possíveis candidatos ao STF] e eu preciso optar por um. Esse cara tem que tomar cerveja comigo, ou Itubaína. Eu não vou indicar um cara só pelo currículo. Vai chegar lá e ser o dono de si. Ele tem que ser independente, tudo bem, mas tem que ter essa afinidade comigo que ele ia ter através da Itubaína ou da Coca-Cola”, disse o presidente.

Durante a conversa com a apoiadora Alessandra Guimarães, Bolsonaro disse que ele e Marques teriam “coisas em comum” para discutir, como aborto, família, armamento, política externa e livre mercado. O vídeo já acumula mais de 540 mil visualizações.

O presidente disse que o fato de Marques ter sido escolhido desembargador pela ex-ministra Dilma Rousseff (PT) não tornaria o magistrado petista ou comunista . A defesa de Marques veio em resposta a críticas da parte mais radical do bolsonarismo, que defendia um conservador para a vaga.

“Olha, da onde ele está saindo [TRF-1] virá uma outra lista tríplice e quem vai indicar [o novo desembargador] sou eu. Foram 14 anos de [governo do] PT, muita gente boa passou pelo governo do PT , e a gente não vai pegar e dizer, ‘olha, você trabalhou, tá fora'”, afirmou Bolsonaro.

presidente também minimizou o fato de Marques ter decidido, no ano passado, liberar uma licitação do STF que previa a compra de itens de luxo, como lagosta e vinhos premiados. Para Bolsonaro, o magistrado analisou a lisura da licitação, e não os itens a serem comprados em si.

Bolsonaro gravou o encontro de 31 minutos com uma apoiadora que vive em Santos e pediu por meio das redes sociais para conhecê-lo pessoalmente. A mulher iniciou o vídeo usando uma máscara com uma foto estampada do presidente, mas tirou-a a pedido do presidente. Na conversa, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social.

“Desde o começo [da pandemia] eu falava: vamos nos preocupar com o vírus sim, mas não podemos deixar de lado a economia . E agora o pessoal está pagando o preço, muita gente perdeu o emprego.”

Ele também voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 . O medicamento não tem comprovação científica e pode causar efeitos colaterais à saúde dos pacientes.

Ao comentar a saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de seu governo, Bolsonaro voltou a dizer que em seu governo não há casos de corrupção ao comentar sua declaração sobre acabar com a operação Lava-Jato.

“Quando eu falei que eu acabei com a Lava Jato , é no meu governo, no meu não tem corrupção. Nem se eu quisesse acabar, não tem como acabar, é independente. Alguns acham que eu poderia interferir na Polícia Federal. Nenhum presidente interferiu no MPF. Se o Lula pudesse intervir, será que ele interferiria, ou a Dilma?”, disse.

.

.

.

IG

Compartilhe  

últimas notícias