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“Avanti, Palestra”: Abel explica origem de grito motivacional que ganhou torcida do Palmeiras

Com uma vida social restrita por causa da pandemia, Abel Ferreira teve a Academia de Futebol como uma segunda casa nesse primeiro período de trabalho

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Redação Publicado em 18/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h32


Único contato do treinador com palmeirenses nos estádios foi na final da Libertadores

Com uma vida social restrita por causa da pandemia, Abel Ferreira teve a Academia de Futebol como uma segunda casa nesse primeiro período de trabalho no Palmeiras. E foi ali, entre estudos e descobertas sobre o Verdão, que o treinador teve a inspiração para colocar em prática algo que virou símbolo de sua passagem pelo clube até agora.

Antes dos jogos, Abel tem por costume conversar com os jogadores. A prática é até comum no mundo do futebol, com discursos motivacionais antes de a equipe entrar no gramado. A diferença para o treinador português está no último grito: “Avanti, Palestra!”.

– Foi algo genuíno. Desde o primeiro dia, não me pergunte o motivo. Não sabia o impacto que teria. Se me perguntar quando surgiu, posso dizer. Quando entra na academia do CT, é enorme, no fundo, tem essa frase, grande, o “Avanti, Palestra”. Bateu. Avanti! Foi surgindo ali… Uma coisa que me enviaram de 30 minutos de Avanti, Palestra (produção da TV Palmeiras). Depois do primeiro minuto não consigo me ouvir mais (risos). Foi algo que saiu. Se não disser, já reclamam porque não falei mais (risos). São duas palavras que significam muito para o palmeirense – contou o treinador.

Abel Ferreira e o "Avanti, Palestra" antes dos jogos — Foto: Reprodução / YouTube TV Palmeiras

Abel Ferreira e o “Avanti, Palestra” antes dos jogos — Foto: Reprodução / YouTube TV Palmeiras

No comando do Palmeiras desde novembro de 2020, Abel Ferreira não teve contato com os torcedores do Verdão nos estádios. E a situação da pandemia no Brasil não permite imaginar ainda quando isso será possível novamente.

A final da Libertadores, porém, possibilitou ao português conhecer um lado do palmeirense, quando o Maracanã teve a presença de alguns convidados da Conmebol, da CBF e de patrocinadores no setor que fica atrás do banco de reservas.

– Temos que aceitar a frustração e a alegria, o xingamento e o apoio. Temos que aceitar isso. Na Libertadores, se calhar eram familiares dos jogadores: “bota o Willian, bota o Willian”. Talvez o Willian pudesse entrar ou tivesse que entrar, mas minha função é essa. Em temos de palmeirenses são 16 milhões, vamos arredondar para 20 milhões. Imagine cada um escalando a sua equipe, seriam 20 milhões de equipes diferentes. Uns quatro, cinco ou seis em consenso, um quer um, outro quer outro. O treinador é alguém que reúna o consenso.

– Uma vez cheguei a um plantel: “Vocês chegam a um acordo e é a equipe que joga”. Eles disseram: “Professor, não temos.”’ Vocês sabem então qual é a minha função, é ter que escolher, pensar. Cornetar quando tiver que cornetar, e aplaudir quando tem que aplaudir. Nós, neste trabalho, queremos que nossos torcedores acreditam que eu e minha equipe técnica temos comprometimento e envolvimento total e absoluto para podermos proporcionar alegria.

Abel Ferreira, do Palmeiras, com a taça da Libertadores — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Abel Ferreira, do Palmeiras, com a taça da Libertadores — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Abel Ferreira atualmente curte férias com a família na Europa. À distância, ele mantém contato com os profissionais do clube e aguarda definições sobre a realização – ou não – dos jogos do Campeonato Paulista. Em Portugal, mas em quarentena ao lado da esposa e das filhas, ele não tem data definida para se reapresentar na Academia de Futebol.

Depois de conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores – ele, inclusive, aguarda uma réplica da taça da competição sul-americana como presente para guardar em sua casa –, o treinador vai liderar o Verdão nas competições da temporada de 2021. Sem prometer títulos, mas garantindo dedicação.

– Mentira se disser que vamos ganhar sempre. Temos que todos ter essa consciência. Nem o Klopp ganhou sempre, nem o Guardiola, nem o Scolari, nem o Tite. Isso faz parte do futebol. Tem que ter responsabilidade e entendimento grande. Uma coisa pode ter certeza: não querem mais do que eu ou do que nós de vencer. É isso que queremos, é esse nosso trabalho. Há dias que correm bem, outros que não correm. No futebol é difícil ter essa capacidade que é um trabalho que queremos fazer da melhor maneira possível. Já acontece de estar naquele dia e não sai o gol, tem dia que tem três oportunidades e faz quatro gols, com um gol contra. Tem dias que podem ir bem.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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