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Auxiliar de Sylvinho analisa o Brasileirão do Corinthians: “Muito à frente do que se imaginava”

Num dia em que os olhos de todos estavam no passado por conta da inauguração do busto do craque Zé Maria no Parque São Jorge, a preocupação no Corinthians era

Auxiliar de Sylvinho analisa o Brasileirão do Corinthians: “Muito à frente do que se imaginava”
Auxiliar de Sylvinho analisa o Brasileirão do Corinthians: “Muito à frente do que se imaginava”

Redação Publicado em 12/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h14


Filho de Zé Maria, Fernando Lázaro esteve presente na homenagem ao pai no Parque São Jorge

Num dia em que os olhos de todos estavam no passado por conta da inauguração do busto do craque Zé Maria no Parque São Jorge, a preocupação no Corinthians era com o futuro. Depois de perder para o Atlético-MG por 3 a 0 em Belo Horizonte, o Timão tem mais sete jogos a fazer no Brasileirão.

A meta é a classificação direta para a fase de grupos da Libertadores. Filho de Zé Maria, o auxiliar Fernando Lázaro esteve no clube para prestigiar a homenagem ao seu pai e falou com o ge sobre vários assuntos.

Na visão do profissional, o Timão ainda está longe de ser um time pronto, como é o próprio Galo, montado ao longo da temporada e que chega à reta final do Brasileirão muito à frente dos rivais.

— O time está se ajustando, tem feito um grande campeonato de uma forma geral, está muito à frente do que se imaginava estar neste momento. São etapas, o Brasileirão é muito difícil e fazer esse processo durante o campeonato é complicado. O time do Atlético-MG, hoje virtual campeão, quando esses atletas de alto nível chegaram, estava oscilando, só que era um campeonato que dava mais margem para eles fazerem testes (Mineiro). O Hulk, que é um destaque do campeonato, chegou a ser questionado, enfim, não entrando no mérito, mas são etapas. E fazê-las durante o Brasileiro torna tudo mais difícil. O clube está caminhando e tem a consciência do que está buscando — disse Lázaro.

Fernando Lázaro, auxiliar técnico do Corinthians  — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Fernando Lázaro, auxiliar técnico do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

O profissional, que divide as funções de auxiliar com o ex-volante Doriva e com o ex-meia Alex, foi questionado sobre duas críticas recorrentes do torcedor: a falta de variação do esquema 4-1-4-1 e a improvisação de Renato Augusto como referência.

— O Corinthians está se formando, buscando uma melhor forma, tem alternado algumas opções táticas, alguns nomes, é um time que está se montando. Renato Augusto é um cara de altíssimo nível que está colaborando, todos sabem a função do Renato e sabem que ele pode ajudar em outras que não a sua principal. Quando o time tem precisado, ele tem ajudado e tem feito da melhor forma.

Na visão dele, o elenco tem sido fundamental para o crescimento da equipe dentro do campeonato.

— Nosso grupo de trabalho é muito bom. Eles se entendem, tem muitos atletas com muita experiência que já passaram por muitas formas de trabalhar e que sabem ver o que ajuda e o que pode não ajudar. Eles reconhecem, falam constantemente. O ambiente é muito bom, os atletas são excepcionais, é uma mescla bacana de jovens com os mais experientes. O clube tem crescido, os atletas entendem alguns percalços e sabem que até percalços fazem parte do momento. Já pegaram times campeões, sabem como é um time consolidado e como é um time que vive o processo. Já jogamos lá com o Atlético-MG vivendo esse momento deles e foi o inverso (em 2015, vitória por 3 a 0). Os jogadores entendem, o clube busca novamente estar neste mesmo estágio que já esteve.

Renato Augusto e os auxiliares Fernando Lázaro e Alex no Corinthians  — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Renato Augusto e os auxiliares Fernando Lázaro e Alex no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Veja mais trechos da entrevista:

ge: O que a família achou da homenagem do Corinthians ao Zé Maria?

Fernando Lázaro: — Estamos muito felizes por ele estar curtindo esse momento, eternizado na história, como já era, mas é uma simbologia, um reconhecimento. Achei lindo, o busto ficou sensacional, retratando muito bem até a camisa, ficou muito bonito. Feliz de vê-lo emocionado. Depois de um momento difícil, ele voltando a circular, ficou fechado por um ano e meio em casa, sofreu bastante, e agora voltando a sair um pouquinho para curtir um momento desse, é incrível. Muito feliz por ele vivenciar esse momento bem, lúcido, relembrando e com pessoas próximas, ele é um cara muito querido pela simplicidade dele, que é muito cativante.

O evento reuniu nomes como Casagrande, Wladimir, Biro Biro, Solito, Ataliba, Geraldão… Imagino que sua infância foi cercada por esses nomes, né?

— Eu nasci no clube, minha mãe morava próximo ao Parque São Jorge, nasci no antigo Hospital Cristo Rei, que era a 600 metros do Parque São Jorge. Tenho foto com um mês de vida na piscina do Corinthians. Esse era meu ambiente, ao lado do pai, com atletas, vivia o clube. Lembro de estar pequeno aqui com os caras cortando o cabelo, do pessoal no Bar da Torre, tenho uma história legal no clube. E vê-los bem é ótimo. Eles se gostam muito. É uma geração que, diferente da de hoje, convivia muito tempo, por muitos anos, então eles têm um vínculo muito grande. Legal ver, é uma homenagem para todos eles que fizeram parte dessa transformação do Zé Maria para o Super Zé.

Zé Maria com a neta e os filhos Fernando Lázaro e Beth em evento no Corinthians — Foto: José Manoel Idalgo

Zé Maria com a neta e os filhos Fernando Lázaro e Beth em evento no Corinthians — Foto: José Manoel Idalgo

Esse entendimento te ajuda a absorver a pressão que a comissão tem sofrido no profissional?

— Ah, a gente conhece muito o clube, sabe como as coisas funcionam no futebol, concorde ou não. Sabemos os desafios de estar à frente de uma grande marca dessa. Se pegar no começo do ano, no início da temporada e projetar para frente, a maioria estaria muito feliz de estar no momento que está, depois as coisas vão acontecendo e o clube sempre vai querer buscar mais. Estamos buscando, as coisas não são construídas de uma hora para outra.

Qual a sua avaliação do trabalho?

— O trabalho está sendo muito bem-feito de uma forma geral, da reorganização do clube. É um processo longo. Às vezes têm algumas pressas que acabam não colaborando, mas é importante que as pessoas que estão envolvidas tenham tudo claro do que tem sido feito. O clube tem evoluído o ano inteiro não só dentro de campo. O Corinthians está caminhando bem, vejo o Corinthians mais sólido em todos os aspectos e olhando para frente, sabe que é um momento transitório e o viés é de alta.

Você chegou ao clube inicialmente para coordenar o Cifut, mas logo virou auxiliar técnico. Como tem sido esse trabalho no departamento?

— O Cifut é um departamento que está bem estruturado, voltou a ter mais investimento, novos profissionais, cresceu do início do ano para cá. Um departamento que sempre participou das etapas do clube. Eu voltei num momento de transição, mas é uma coisa muito integrada, todo o trabalho do Cifut e da comissão técnica, quando funciona integrada ela se potencializa. Hoje temos o Vitor Misumi que é o coordenador do Cifut, mas flutuo bem, é uma área integrada. É outro ponto do clube que teve crescimento, teve investimentos, vive reestruturação, mas é um trabalho de longo prazo. Tem muito a colaborar no clube.

Zé Maria, Corinthians — Foto: Marcelo Braga

Zé Maria, Corinthians — Foto: Marcelo Braga

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Globo Esporte

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