A Associação Paulista de Imprensa divulgou nesta terça-feira, 3, documento de repúdio ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia que
Redação Publicado em 03/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 22h18
A Associação Paulista de Imprensa divulgou nesta terça-feira, 3, documento de repúdio ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia que propôs a quebra de sigilos bancário, fiscal, telemático e outros do Grupo Jovem Pan. O requerimento só não foi votado pela CPI porque o senador retirou pouco antes da votação.
Em sua manifestação, a Associação Paulista de Imprensa atribuiu o ato do senador como inconstitucional. No texto, a entidade manifesta sua reprovação pela atitude de Renan.
“ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE IMPRENSA, sente-se na obrigação de subscrever através de todos os seus líderes dirigentes máximos da entidade, este manifesto em repúdio ao ato autoritário e inconstitucional praticado pelo Senador Renan Calheiros nos trabalhos de apuração das responsabilidades na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar as ações praticadas pela administração pública federal no enfrentamento da pandemia do COVID-19.”
Ao Grupo Jovem Pan, a Associação Paulista de Imprensa manifestou seu apoio e solidariedade reconhecendo ainda os relevantes serviços prestados à sociedade ao longo de 77 anos. Veja na íntegra:
“Não se pode admitir essa atitude inconstitucional praticada pelo senador Renan Calheiros, que pretendia intimidar e ameaçar a liberdade de imprensa através de medida arbitrária e autoritária sem nenhuma fundamentação jurídica”, disse Guilherme Sartori, presidente do Conselho de Altos Estudos Estratégicos, da entidade.
Nota da Jovem Pan – “Sobre o pedido de quebra do sigilo bancário encaminhado pelo senador Renan Calheiros à CPI da Covid, a Jovem Pan vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:
Pedidos do gênero são injustificáveis. Os balanços da Jovem Pan são publicados anualmente no Diário Oficial. Para que não restem dúvidas quanto à transparência do comportamento da Jovem Pan, republicamos os balanços em nosso site. As verbas governamentais podem ser conferidas no site www.portaldatransparencia.gov.br.Estranhamente, o requerimento estabelece que as investigações sejam feitas a partir de 2018. Segundo o documento que justificou a sua criação, a comissão foi instaurada com o objetivo de “apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil”. Como se sabe, a Organização Mundial da Saúde oficializou a existência de uma pandemia em março de 2020. A acusação de Calheiros, portanto, não se enquadra no fato determinado para a criação da CPI. Diferentemente do que afirma Calheiros, a história da Jovem Pan comprova que, ao longo de seus 77 anos de existência, a empresa jamais disseminou fake news. Os profissionais da Jovem Pan divulgam fatos e os analisam segundo diferentes pontos de vista. O autor do pedido não especifica quais profissionais disseminaram notícias mentirosas e em quais programas isso teria ocorrido. Fica claro, portanto, que se trata de uma acusação genérica que tem por única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil.” – Finalizou.
Na própria CPI, diante do pedido da quebra dos sigilos, Calheiros foi duramente criticado pelos colegas e pela imprensa. Logo em seguida, o parlamentar pediu a retirada do requerimento alegando “um equívoco”.
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