Um trauma de infância virou a realização de um sonho para a aposentada Aulistella Camargo Himamura, de 76 anos. Moradora de Bady Bassitt (SP), cidade de 14
Redação Publicado em 30/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h17
Um trauma de infância virou a realização de um sonho para a aposentada Aulistella Camargo Himamura, de 76 anos. Moradora de Bady Bassitt (SP), cidade de 14 mil habitantes, ela tem uma coleção enorme de bonecas em casa: são mais de 400 modelos.
Quando era criança, a madrasta dela resolveu jogar todas as bonecas dela em um fogão a lenha. O trauma de criança virou companhia na terceira idade.
“Quando eu tinha uns 8 anos, sentei no chão para brincar com minhas bonecas. Minha irmãzinha chegou e eu não quis deixá-la pegar, com medo dela quebrar. Minha madrasta chegou e, nervosa, pegou todas as bonecas e jogou no fogão. Fiquei muito triste na época”, afirma.
Tanto tempo depois, ela agora passa o dia consertando bonecas quebradas. Ela ganhou o apelido de médica de brinquedos. As bonecas foram jogadas fora, mas na mão da aposentada ganham vida e ficam como novas.
Ela comprou apenas duas peças, as outras foram todas doadas por conhecidos. A maioria estava no lixo.
Além de consertar, ela limpa, dá banho e faz até penteado. Mas é na máquina de costura que dona Aulistella passa a maior parte do tempo, fazendo a roupinha para as bonecas.
“Eu tiro a medida, vou para máquina, faço os cortes e os remendos. Na maioria das vezes eu sento às 9h e saio 16h. Enquanto não ver o vestido pronto eu não sossego”, diz.
Há três anos, a dona Aulistella decidiu viver na companhia das bonecas. Na casa, elas estão por todo lado: na cama, nas prateleiras, em vários cômodos. Há bonecas de todos os tamanhos, marcas, mais novas, mais antigas.
A aposentada cuida delas como se fossem filhas. “Em dia de muito calor eu ligo até o ventilador para dar ar para as bonecas, como se fossem bebês, tenho medo do calor derreter a borracha delas”, afirma.
Como ela mora sozinha, não abre para visitação do público, só mesmo para vizinhos e amigos. Quem entra na casa fica sem palavras. “A gente revive a infância de ver tanta boneca, a gente fica encantada, e é legal de ver que alguém ainda se preocupa com isso”, afirma a dona de casa Elaine Catarucci.
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