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Após tsunami, vazamento de petróleo no Peru atinge aves ameaçadas de extinção

Um zoológico de Lima está tentando salvar aves marinhas ameaçadas de extinção após um derramamento de petróleo na costa central do Peru, atribuído a uma

Após tsunami, vazamento de petróleo no Peru atinge aves ameaçadas de extinção
Após tsunami, vazamento de petróleo no Peru atinge aves ameaçadas de extinção

Redação Publicado em 23/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 23h12


Depois do tsunami provocado pela erupção vulcânica em Tonga, mais de 6.000 barris de petróleo bruto vazaram na costa peruana, afetando dezenas de animais marinhos.

Um zoológico de Lima está tentando salvar aves marinhas ameaçadas de extinção após um derramamento de petróleo na costa central do Peru, atribuído a uma tempestade causada por uma erupção vulcânica em Tonga.

Mais de 40 aves, incluindo os pinguins de Humboldt, uma espécie ameaçada de extinção, foram resgatadas por brigadistas em estado crítico das praias e reservas naturais dos distritos de Ventanilla, na província de Callao e Ancón, em Lima.

As aves banhadas em óleo foram levadas ao zoológico Parque das Lendas, no distrito de San Miguel, em Lima, onde zoólogos e veterinários lutam para salvar suas vidas e remover o óleo de sua plumagem.

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“Estamos fazendo um esforço incansável. Não é uma coisa comum isso acontecer e tentamos fazer o melhor que podemos”, afirmou a bióloga Liseth Bermúdez, do Parque das Lendas.

As aves ficam em um ambiente especial e são cuidadas por veterinários que as banham com detergentes especiais para retirar o óleo. Além disso, eles as alimentam, aplicam medicina preventiva com medicamentos antifúngicos e antibacterianos e as hidratam.

Funcionárias de zoológico em Lima atendem ave marinha resgatada após vazamento de óleo na costa peruana. — Foto: Divulgação Parque de las Leyenzas/AFP

“Esta (ave) que estamos avaliando agora não está tão encharcada, mas vimos que perdeu sua impermeabilidade, baixa condição corporal e está desidratada, por isso merece, como todos os animais, um controle veterinário, preventivo manejo com antibióticos, antifúngicos, hidratação e vitaminas”, disse a veterinária Giovanna Yépez.

“Nunca na história do Peru se viu uma situação semelhante. Não há precedente para um tipo de derramamento na costa peruana. Não acreditávamos que seria dessa magnitude”, acrescentou Bermúdez.

O biólogo Guillermo Ramos, do Serviço Nacional de Florestas e Fauna Silvestre (Serfor), alertou que, se a mancha de óleo avançar e as ações não forem tomadas rapidamente, pássaros e animais marinhos continuarão morrendo.

Ele indicou que esta semana os brigadistas da Serfor encontraram um número indeterminado de aves mortas e lontras marinhas nas praias e reservas naturais.

No Peru, mais de 150 espécies de aves dependem do mar para se alimentar e se reproduzir. As aves habitam os ilhéus, reservas naturais e ao longo da costa.

Juan Carlos Riveros, diretor científico da Oceana Peru, disse à imprensa que certos componentes do petróleo bruto, como os hidrocarbonetos aromáticos, podem afetar a reprodução dos animais e causar malformações embrionárias, especialmente em aves, peixes e até tartarugas.

Cerca de 6.000 barris de petróleo bruto foram derramados no mar no sábado, 15 de janeiro, enquanto um petroleiro desembarcava na refinaria La Pampilla, de propriedade da espanhola Repsol e localizada em Ventanilla, 30 km ao norte de Lima.

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G1

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