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Após protestos contra Bolsonaro, Ciro Gomes diz que mulheres vão salvar Brasil de ‘precipício’

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou neste domingo (30), durante ato de campanha em São Paulo, que as mulheres vão salvar o Brasil de um

Após protestos contra Bolsonaro, Ciro Gomes diz que mulheres vão salvar Brasil de ‘precipício’
Após protestos contra Bolsonaro, Ciro Gomes diz que mulheres vão salvar Brasil de ‘precipício’

Redação Publicado em 01/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h20


Presidenciável do PDT afirmou que ficou ‘orgulhoso’ de ver que há ‘um lado sadio na sociedade brasileira’. Ele voltou a criticar general Hamilton Mourão, vice do candidato do PSL.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou neste domingo (30), durante ato de campanha em São Paulo, que as mulheres vão salvar o Brasil de um “precipício”, referindo-se aos protestos organizados no país e no exterior contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto.

Neste sábado (29), milhares de mulheres promoveram manifestações contra Bolsonaro em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Também foram registrados atos contra o presidenciável do PSL fora do Brasil, em países como Reino Unido, Portugal, França, Espanha e México.

Questionado por jornalistas, em meio a um encontro com profissionais da área da saúde na capital paulista, sobre os atos contra Bolsonaro, o pedetista disse que ficou “muito orgulhoso” de ver que ainda há “um lado sadio na sociedade brasileira”.

“As mulheres brasileiras vão salvar o Brasil deste precipício. Eu fiquei muito orgulhoso de ser brasileiro, de ver que há um lado muito sadio na sociedade brasileira, que está muito adoecida por ódios, por violência, por interdições e preconceitos ideológicos”, declarou o candidato do PDT.

Recursos para Saúde

O candidato voltou a criticar o teto de gastos, pelo qual as despesas, inclusive aquelas com Saúde e Educação, não podem subir acima da inflação registrada em 12 meses até junho do ano anterior. Para que os gastos com Saúde e Educação subam acima da inflação, outras despesas tem de ser cortadas em igual medida.

“Nós estamos importando praticamente todos os insumos [para a Saúde] até, caricatamente, profissionais. Um país de 208 milhões e 500 mil habitantes, todas as próteses, 80% dos fármacos, dos equipamentos hospitalares, dos meios de diagnósticos médicos, tudo isso é importado”, disse Ciro Gomes.

Ele avaliou que, ao impedir o crescimento dos gastos com Saúde acima da inflação, haverá “colapso” do Sistema Único de Saúde (SUS), pois o real se desvalorizou cerca de 30% neste ano, enquanto que as despesas com essa área poderão subir somente 3% em 2019 – com base na regra do teto de gastos.

Segundo o candidato, o “colapso” começará pelas instituições federais, pelos hospitais clínicos e, em seguida, chegará aos grandes hospitais federais. “E vem a pretexto de uma retórica cripto-conservadora de austeridade, ou seja, a defesa de um valor basicamente até correto de que o governo não deveria gastar mais do que arrecada. Só que a inflação despencou e a inflação na saúde é muita”, concluiu.

General Mourão

Ciro Gomes também foi questionado por jornalistas sobre se teme algum risco à democracia no Brasil em razão por reflexo da declaração de Bolsonaro de não vai aceitar o resultado da eleição se ele não for o vencedor.

O pedetista reconheceu que vê risco à democracia e disse que a fala de Bolsonaro foi estimulada por declarações recentes do general Hamilton Mourão, vice na chapa do PSL, e do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Ciro chamou Mourão de “fascista” e “macacão da truculência e da violência”.

“Junta a com cré com lé, fica muito claro que há em marcha em algum campo, algum porão do Brasil, uma compreensão de tutela, de intervenção e golpe”, enfatizou.

O candidato do PDT mencionou trecho de entrevista à GloboNews na qual Mourão declarou que, em situação hipotética de anarquia, pode haver um “autogolpe” por parte do presidente com apoio das Forças Armadas.

No caso de Villas Bôas, Ciro lembrou entrevista do comandante do Exército a um jornal após o atentado contra Bolsonaro no qual o general afirmou que o governo eleito, em razão da facada contra o candidato do PSL e do clima de intolerância pode ter sua legitimidade questionada.

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