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Após polêmica, MTST faz almoço com camarões para centenas de moradores de ocupação na Zona Leste de SP

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) promove neste domingo (21) uma"camaraõzada" a centenas de moradores da ocupação que leva o nome da escritora

Após polêmica, MTST faz almoço com camarões para centenas de moradores de ocupação na Zona Leste de SP
Após polêmica, MTST faz almoço com camarões para centenas de moradores de ocupação na Zona Leste de SP

Redação Publicado em 22/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 05h39


O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) promove neste domingo (21) uma”camaraõzada” a centenas de moradores da ocupação que leva o nome da escritora Carolina de Jesus, na Zona Leste de São Paulo.

O alimento foi doado por apoiadores do MTST e preparado pelas chefs de cozinha Bel Coelho, Beatriz de Souza Alves e Nega Duda.

O almoço ocorre também como uma reação da sociedade civil e do movimento às declarações deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República.

Nas redes sociais, o movimento divulgou o evento com os dizeres: “Menos osso, mais camarão”.

A afirmação faz referência ao contexto de crise alimentar na qual o país está inserido. A espiral da violência da fome, com a alta dos preços dos alimentos e o impacto do desemprego, tem levado brasileiros a consumir ossos de carne.

Começa almoço de camarão em ocupação do MTST na Zona Leste de SP — Foto: Reprodução
Começa almoço de camarão em ocupação do MTST na Zona Leste de SP — Foto: Reprodução

No início do mês, o político se revoltou ao ver o ator e diretor Wagner Moura comendo acarajés, que tradicionalmente são servidos com camarão seco, durante a exibição do filme “Marighella” na ocupação.

Nas redes sociais após ver a imagem, insinuou que Wagner Moura fazia parte de um “MTST nutela”, por comer camarão em uma ocupação.

O ator Wagner Moura, diretor do filme "Mariguella", come marmita de acarajé no acampamento do MTST na Zona Leste de São Paulo na quinta-feira (11).  — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ator Wagner Moura, diretor do filme “Mariguella”, come marmita de acarajé no acampamento do MTST na Zona Leste de São Paulo na quinta-feira (11). — Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Agora tem o MTST raiz e o MTST Nutella. Ou será que já é o comunismo purinho, onde a elite do partido come camarão e o restante se vira e passa fome igual à exemplar Venezuela?”, afirmou o parlamentar.

Em entrevista ao g1 à época, a cozinheira Beatriz de Souza Alves, dona do restaurante que doou 150 kits de acarajé para o Movimento, relatou sua surpresa com a polêmica criada pela ignorância histórica do deputado.

“Nunca imaginei que o filho do presidente da República não conhecesse o prato mais popular dos pobres e pretos da Bahia. Em Salvador, o acarajé é vendido em qualquer esquina, como o cachorro quente e o pastel de feira em São Paulo”, respondeu.

“Gostaria que a família do presidente tivesse se manifestado com tanta raiva quando as notícias de gente procurando osso ou comida em caminhão de lixo apareceram. Mas parece que o que incomoda o grupo dele é pobre comendo bem, não passando fome”, completou.

A cozinheira Beatriz Alves ao lado de Wagner Moura na ocupação Carolina Maria de Jesus, na Zona Leste de São Paulo. — Foto: Reprodução/Instagram
A cozinheira Beatriz Alves ao lado de Wagner Moura na ocupação Carolina Maria de Jesus, na Zona Leste de São Paulo. — Foto: Reprodução/Instagram

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G1

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