A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) informou, por meio de nota, que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia
Redação Publicado em 16/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 18h44
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) informou, por meio de nota, que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, está investigando se policiais militares estão envolvidos na morte de um jovem negro de 15 anos, e a Corregedoria da Polícia Militar (PM) está acompanhando as investigações.
“A PM analisa as imagens citadas para identificar os policiais envolvidos e adotar as sanções cabíveis em relação às respectivas condutas”, diz o comunicado.
Em entrevista à Agência Brasil, o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, que tem, entre suas atribuições, o acolhimento e acompanhamento de denúncias relacionadas a violência policial, afirmou que nota, atualmente, uma “exacerbação” na postura de policiais. Ele defende que os agentes que cometem excessos no exercício da função sejam punidos conforme prevê a lei e que as arbitrariedades sejam devidamente monitoradas pelas autoridades governamentais.
“Qualquer tipo de atentado contra a vida de qualquer humano é uma coisa horrenda. Estamos no século 21 e não podemos compactuar com justiçamentos, motivo pelo qual precisamos apurar exatamente a autoria. Já estamos tomando providência quanto a isso. Vamos oficiar a secretaria e a Polícia Militar para esclarecer essas suspeitas que a comunidade tem sobre a autoria e, se forem confirmadas, tem que haver um tratamento rigoroso, tal qual solicitamos sobre a intervenção policial que teve em Barueri. Não podemos compactuar com ação policial ilegal, com agentes que deveriam, em tese, proteger a vida e fazem o contrário”, disse.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 75,4% das pessoas mortas em intervenções policiais, nos anos de 2017 e 2018, eram negras. A maioria (99,3%) era do gênero masculino e tinha entre 15 e 29 anos (77,9%). No período, 11% das mortes violentas intencionais reportadas em todo o Brasil foram cometidas pela polícia.
A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da PM, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.
A suspeita de que policiais militares tenham executado um jovem negro de 15 anos, identificado como Guilherme, em Vila Clara, distrito de Jabaquara, na zona sul de São Paulo, mobilizou a comunidade do bairro na noite desta segunda-feira (15). Durante a manifestação, foram incendiados sete ônibus e outros três foram depredados.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram, ainda, que moradores bloquearam ruas para protestar. Em um dos registros, um grupo aparece formando uma corrente e agitando uma bandeira branca, enquanto reclama, com brados, por justiça.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP), um adolescente que participava do protesto foi detido e encaminhado ao 26º Distrito Policial, no Sacomã. Ele deve responder por dano qualificado e pelo crime de incêndio.
Conhecidos do adolescente Guilherme alegam que ele foi levado por dois homens armados e, depois de horas, encontrado com ferimentos a bala, na cabeça e nas mãos. O jovem desapareceu na noite de domingo (14).
Agência Brasil
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