Após contrair o novo coronavírus (Sars-CoV-2) e ficar internado, o cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor do hospital Sírio Libanês, afirma que fez uso
Redação Publicado em 08/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 20h16
Após contrair o novo coronavírus (Sars-CoV-2) e ficar internado, o cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor do hospital Sírio Libanês, afirma que fez uso de hidroxicloroquina, entre outros remédios, em seu tratamento para a doença.
O uso de medicamentos como hidroxicloroquina e da cloroquina não tem comprovação científica para o tratamento de coronavírus. A droga é conhecida e utilizada no país para o tratamento de malária e doenças reumatológicas.
O cardiologista, que foi médico dos ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, voltou para casa nesta quarta-feira, mas ainda apresenta tosse e disse que se sente muito cansado.
Fiz uso da hidroxicloroquina e de uma gama de remédios – disse Kalil ao Globo, acrescentando também que usou medicações como corticoide, anticoagulante e antibiótico.
Kalil foi internado no Sírio Libanês no último dia 30. Na ocasião, apresentou sentiu sintomas da doença como febre e tosse e achou melhor ir ao hospital, já que teve contato com outros médicos que se infectaram. Segundo o cardiologista, o seu quadro era grave, de uma pneumonia avançada, e a equipe médica chegou a avaliar a sua transferência para a unidade semi internsiva e até para entubá-lo no CTI, o que acabou não sendo necessário após tomar uma série de medicações.
Mais cedo, o médico falou à rádio Jovem Pan sobre o assunto. Ele disse que em casos de pacientes graves tem que ser “ponderado” o uso hidroxicloroquina.
Eu aceitei tomar sim a hidroxicloroquina. Embora como todos saibam que não tem grandes estudos comprovando benefício, numa situação com paciente mais grave, eu acho que tem que ser ponderado sim o uso – disse Kalil à rádio.
O cardiologista afirmou que não quer influenciar em outros tipos de tratamento e deixou claro que o uso precisa ser avaliado na relação entre médico e paciente.
Quando eu internei, o meu estado geral era péssimo. Era uma pneumonia em grau avançado. Foram discutidos vários tipos de tratamento, dentre elas a hidroxicloroquina, e aceitei. Meu estado não era bom e foi colocado uma gama de tratamentos – disse o médico. – Fiz o uso (da hidroxicloroquina) sim. Melhorei só por causa dela? Provavelmente não. Ajudou? Espero que sim. Tomei também corticoide, anticoagulante, antibiótico – disse Kalil.
Ao ser questionado sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro em defesa do medicamento, Kalil adotou cautela. Afirmou que embora a ciência esteja acima de tudo no combate ao vírus, a cloroquina já é usada há décadas e pode ser considerado seu uso junto com uma gama de outros medicamentos para evitar a ida de pacientes as UTIs e tentar evitar um quadro de colapso no sistema de saúde.
Independentemente de não ter estudo científico, acho que vale a pena sem dúvida nenhuma. Não tenho medo de falar isso. Não sou infectologista. Se você pega essa gama de medicações com paciente internado e encurta a alta dele e evitar que vá pra UTI, você está salvando vidas -afirmou.
Para o médico, “indenpendente de ideologias”, é preciso minimizar o dano à população e evitar mortes.
Nesse momento, não dá pra ficar esperando grandes estudos científicos com milhares de pacientes. Daqui a um ano vamos ficar esperando sair o estudo comprovadamente e aí as pessoas já morreram.Se existe medicação que pode ter benefício junto com outras medicações numa situação de 5% dos pacientes que ficam muito graves eu acho que tem que ser utilizado e pronto. Não tem conversa – concluiu.
O Ministério da Saúde considera que o andamento de pesquisas com a cloroquina fornece orientações para uso do medicamento como opção para quadros graves (pacientes hospitalizados com pneumonia viral). Contudo, o seu uso se restringe a casos confirmados e deve ser feito conforme a orientação médica e em conjunto com outras medidas de suporte.
“O Ministério da Saúde está monitorando os estudos de eficácia e segurança da cloroquina / hidroxicloroquina em pacientes com COVID-19 e, em qualquer momento, poderá modificar sua recomendação quanto ao uso destes fármacos, baseado na melhor evidência disponível”, diz o ministério em seu site.
À frente do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o epidemiologista David Uip, e o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique German, informaram à imprensa nesta quarta-feira que o Ministério da Saúde enviou cloroquina às secretarias estaduais para que o medicamento possa ser usado em pacientes internados e que o uso fica a critério do médico e do paciente.
Uip também esteve internado com quadro coronavírus, mas não quis comentar sobre os medicamentos que fez uso para se recuperar da doença.
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