Foi enterrado na manhã deste sábado (15) em Cravinhos (SP) o corpo do jovem Itaberli Lozano, de 17 anos, morto pela mãe, segundo a polícia, em dezembro de
Redação Publicado em 15/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 18h28
Foi enterrado na manhã deste sábado (15) em Cravinhos (SP) o corpo do jovem Itaberli Lozano, de 17 anos, morto pela mãe, segundo a polícia, em dezembro de 2016. Ele foi sepultado no Cemitério Municipal, por volta das 11h, após uma cerimônia de duas horas.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) que confirmou que a identidade do corpo foi divulgado na última quinta-feira (13). A família aguardava a liberação há sete meses. “Acabou isso da gente ficar esperando sair o resultado, os testes. Trouxe um alívio”, afirma Dário Rosa, tio de Itaberli.
Segundo a investigação, o jovem foi morto dentro de casa pela mãe, Tatiana Lozano Pereira, com a ajuda de três jovens. Após matar o filho, Tatiana teve a ajuda do marido, padrasto da vítima, para queimar o corpo em um canavial às margens da Rodovia José Fregonesi. Todos os suspeitos estão presos.
O primeiro resultado do exame de DNA, feito na época do crime com material da mãe, teve o resultado inconclusivo. Para a polícia, o estado avançado de decomposição prejudicou o teste.
Em junho, o delegado responsável pelo caso, Helton Henz, pediu um novo exame, mas desta vez, amostras de material genético do avô paterno da vítima foram enviadas para análise. O resultado foi divulgado na quinta-feira, confirmando a identidade de Itaberli.
De acordo com Henz, a polícia nunca teve dúvidas de que o corpo era mesmo do adolescente. Ele também falou que o laudo não altera o curso da investigação. “Esse segundo laudo agora só vem ao encontro do que já tinha sido feito e confirma que a vítima realmente é o Itaberli. A autoria do crime também permanece inalterada, não há nenhuma dúvida sobre isso”, disse.
O tio de Itaberli também confirma que a família não tinha dúvidas sobre a identidade do corpo. O resultado do laudo, no entanto, põe fim aos meses de angústia para sepultar o sobrinho em Cravinhos.
O caso segue sob sigilo. No fim de junho, a Justiça começou a ouvir os depoimentos das testemunhas e dos acusados. Segundo o promotor Wanderley Trindade Junior, as provas colhidas até o momento são suficientes para levar a mãe, o padrasto e os jovens a júri popular.
Rosa espera que os envolvidos sejam condenados e diz que é difícil compreender a real motivação do crime. “Que eles venham a pagar por essa crueldade”, diz.
Para o Ministério Público, Tatiana Lozano Pereira deve ser julgada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e homofobia: em postagem dois dias antes de ser morto, Itaberli diz ter sido agredido pela mãe por ser gay.
O adolescente foi encontrado carbonizado no dia 7 de janeiro, dez dias após ter sido morto. Dois dias após registrarem um boletim de ocorrência por desaparecimento, a mãe e o padrasto, o tratorista Alex Canteli Pereira, foram presos e confessaram o crime.
Inicialmente, Tatiana disse que esfaqueou o filho na madrugada de 29 de dezembro. Com a ajuda do marido, ela queimou o corpo no canavial. Em um segundo depoimento, voltou atrás e contou que havia aliciado dois jovens – Victor Roberto da Silva, de 19 anos, e Miller Barissa, de 18, para darem um “corretivo” no filho, mas sem a intenção de matá-lo.
Um dos jovens confessou ter espancado Itaberli, enquanto o outro disse que apenas conversou com a vítima. Segundo a Polícia Civil, no entanto, ambos espancaram e enforcaram Itaberli, antes de a mãe esfaquear o próprio filho.
A dupla foi presa no dia 13 de janeiro. Uma estudante de 16 anos que confessou ter presenciado o momento em que Tatiana matou o filho também foi apreendida, no dia 27 de janeiro. Para a promotoria, a menor participou diretamente na morte de Itaberli.
O Ministério Público considera que o crime foi motivado por homofobia. Para a Promotoria, a mãe não aceitava o fato de o filho ser homossexual. Já a Polícia Civil sustenta a tese de conflito familiar, alegando histórico de agressões entre ambos.
Os cinco respondem por homicídio qualificado. Tatiana e o marido ainda são acusados de ocultação de cadáver.
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