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Após 5 meses de pandemia, rotas aéreas ativas são pouco mais da metade de 2019, aponta Anac

Cinco meses após o início dos efeitos do coronavírus na economia, o setor aéreo brasileiro começa a ensaiar uma retomada, mas o número de rotas disponíveis

Após 5 meses de pandemia, rotas aéreas ativas são pouco mais da metade de 2019, aponta Anac
Após 5 meses de pandemia, rotas aéreas ativas são pouco mais da metade de 2019, aponta Anac

Redação Publicado em 23/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h20


Entre abril e julho, 106 rotas foram retomadas e total em operação atingiu 231, número que equivale a 56,2% do mesmo período de 2019. Suspensão atinge cidades turísticas e do interior.

Cinco meses após o início dos efeitos do coronavírus na economia, o setor aéreo brasileiro começa a ensaiar uma retomada, mas o número de rotas disponíveis dentro do país até julho ainda era pouco mais da metade do oferecido antes da pandemia, apontam dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O encolhimento da malha aérea atinge cidades do interior dos estados, de menor porte, e também aeroportos que servem basicamente a destinos turísticos nacionais, fortemente afetados pela pandemia (veja mais abaixo).

Segundo a Anac, em abril, no auge dos efeitos recessivos da pandemia, o Brasil contava com 125 rotas domésticas ativas, ou seja, ligações entre dois aeroportos dentro do país com oferta de ao menos um voo regular.

Esse número equivale a menos de um terço (29%) do registrado em abril de 2019, quando eram 431 ligações ativas.

Assim como em outros segmentos da economia, desde abril o setor aéreo ensaia uma retomada. Desde então, 106 rotas domésticas foram reativadas, com o total chegando a 231 em julho.

Mesmo assim, esse número é pouco mais da metade (56,2%) das 411 que estavam em operação em julho do ano passado.

As empresas aéreas têm liberdade para ajustar a oferta de voos, por isso o número de ligações costuma variar ao longo dos meses, de acordo com a demanda, que costuma subir em períodos de férias ou no Carnaval, por exemplo.

Apesar de ainda estar longe dos números anteriores à pandemia, o movimento de passageiros, que chegou a cair mais de 90% em alguns aeroportos, vem crescendo.

No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o movimento da primeira quinzena de agosto equivale a 17% da média antes da pandemia. No aeroporto de Salvador (BA), chega a 20% e, em Confins, que atende à capital mineira Belo Horizonte, a 22,3%.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), atualmente o país tem média diária de cerca de 700 decolagens para voos domésticos, cerca de 30% do esperado antes da crise.

A Anac informou que o número de aeroportos atendidos por voos vem crescendo em agosto (+11,43%), por isso o total de rotas ativas também pode subir até o final deste mês.

Interior e destinos turísticos

Todas as capitais, além de algumas cidades do interior, como Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Imperatriz (MA) e Porto Seguro (BA), contavam com ligação aérea neste mês de agosto, de acordo com levantamento da Abear.

A suspensão de rotas atinge muitos aeroportos que atendem basicamente a destinos turísticos do país, fortemente afetados pela pandemia, como Jericoacoara (CE), Valença (BA), Caldas Novas (GO) e Bonito (MS). Atinge também cidades de menor porte no interior dos estados.

Segundo o levantamento da Abear, outros exemplos de aeroportos que estavam sem ligação em agosto são:

  • Aeroporto do Vale do Aço, em Ipatinga (MG);
  • Aeroporto de Macaé (RJ);
  • Aeroporto de Caxias do Sul (RS);
  • Aeroporto de Uberaba (MG);
  • Aeroporto de Parauapebas (PA);
  • Aeroporto de Ponta Grossa (PR);
  • Aeroporto de Cruzeiro do Sul (AC);
  • Aeroporto de Ji-Paraná (RO).

Esses aeroportos, aponta o levantamento, registravam, em março, entre uma e 32 decolagens semanais.

Anac permite que empresas de táxi aéreo passem a vender assentos individuais

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Anac

G1 perguntou à Anac se a suspensão das rotas e ausência de ligação aérea com parte do interior do país gera algum prejuízo e se há alguma medida em estudo para ampliar a oferta de voos.

A agência respondeu que a oferta de voos “é ajustada conforme a demanda de passageiros” e que a tomada decisão sobre essa oferta “é feita diretamente pelas companhias aéreas”, sem intervenção do regulador.

“Entretanto, tendo em vista o cenário em que vivemos devido à pandemia do novo coronavírus, o Governo Federal, ANAC e empresas aéreas definiram, em março, uma malha aérea essencial para que todos os estados brasileiros fossem atendidos pelo transporte aéreo, mesmo com a queda de mais de 90% na demanda por voos”, informou a Anac.

A agência informou ainda que liberou, no início de agosto, a vendas de assentos por empresas de táxi aéreo, e que essa medida tem o objetivo de cobrir “eventual demanda de menor porte” por transporte aéreo, “principalmente em cidades do interior.”

De acordo com a Anac, “o transporte aéreo vem se ajustando à demanda”, mas, devido à pandemia, “a procura por voos ainda é menor do que o habitual, fazendo com que o número de cidades atendidas e a oferta de voos seja adequada à real necessidade da população, como ocorre durante altas e baixas temporadas, por exemplo, entre outros fatores”.

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Por G1

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