O prefeito de São Paulo, Bruno Covas , afirmou nesta segunda-feira (27) que aceitaria receber apoio de qualquer um em um eventual segundo turno na disputa
Redação Publicado em 28/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h50
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas , afirmou nesta segunda-feira (27) que aceitaria receber apoio de qualquer um em um eventual segundo turno na disputa pela prefeitura este ano. Covas foi o entrevistado da noite desta segunda no programa Roda Viva, da TV Cultura .
As eleições municipais de 2020 foram um dos assuntos mais comentados da noite no programa. O prefeito negou a possibilidade de uma aliança com o PT para enfrentar um candidato de extrema direita na cidade, mas afirmou que não rejeitaria o apoio do partido no segundo turno. “Apoio eu recebo de qualquer um”, disse. Quando perguntado se até do presidente Bolsonaro, ele respondeu “com certeza”.
Ainda no tema eleições 2020 , Bruno Covas negou que esteja em campanha para reeleição e afirmou que ainda é cedo demais para decidir quem seria seu candidato a vice-prefeito. Perguntado sobre a possibilidade de chapa com a deputada do PSL Joyce Hasselmann, Bruno Covas afirmou que “só lá para junho, julho é que vamos decidir nome de vice”. E completou dizendo que não valia a pena ter essa discussão pois “ela já se lançou pré-candidata”. Mais tarde, reforçou: “muito cedo. Não há nenhuma necessidade de antecipar nome de vice agora”.
Ao longo do programa, ele rejeitou discussões sobre nova política , mas afirmou que o problema da velha política é a corrupção. Diferente de seu antecessor, Covas disse ter orgulho de dizer que é político, e se afirmou que se considera de centro.
Ao longo do programa, Bruno Covas defendeu o João Doria, a quem substituiu na prefeitura, e disse confiar no governador. O prefeito ressaltou que o plano de governo que executa na cidade é o plano proposto por Doria nas eleições de 2016.
“Não tenho a menor dúvida de que mostrar que nós vamos continuar a trabalhar junto com o governo do estado vai ser positivo”, disse Covas. Os entrevistadores o haviam questionado sobre se um apoio do governador ajudaria ou atrapalharia sua campanha, uma vez que a aprovação de Doria entre os paulistanos está baixa. Ele, no entanto, não quis falar sobre o apoio a uma eventual candidatura de seu antecessor à presidência em 2022.
Covas foi questionado sobre seu estilo de fazer política, raramente atacando adversários, ao que afirmou “eu não acho que atacar, mostrar os defeitos dos outros, vai mostrar as minhas virtudes”.
Ele, porém, teceu algumas críticas ao presidente Jair Bolsonaro em quem não votou. “Eu não posso votar em alguém que diz que não teve ditadura quando eu tive um avô preso pela ditadura”, justificou.
Entretanto, Covas negou que a democracia esteja ameaçada no Brasil e disse que não teria problema em buscar votos dos eleitores de Bolsonaro. “Vou buscar todos. Eu não tenho preconceito”, afirmou.
Outra figura duramente criticada por Bruno Covas na entrevista foi Aécio Neves . O prefeito havia afirmado que se o mineiro não fosse expulso do PSDB, ele sairia do partido. Aécio, porém, continua no partido, assim como Covas.
“Continuo incomodado de estar em um partido político com a presença do Aécio Neves. Agora só faltava eu, que estou brigando pela ética, ter que sair e ele ficar. Eu estou no PSDB desde os 16 anos de idade. Não é porque estou incomodado que vou montar o meu partido”, explicou, citando também o áudio do ex-presidenciável pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono da JBS.
Diagnosticado com câncer na cárdia, a transição entre o estômago e o esôfago, Bruno Covas passa por um tratamento de quimioterapia, mas continua no cargo. Ele afirmou que tanto ele quanto os médicos estão confiantes. “Hoje você ser diagnosticado com câncer não é mais uma sentença de morte”, disse.
O prefeito afirmou que sua permanência no comando da cidade é aprovada a cada boletim médico pelos responsáveis por seu tratamento e que é sua “obrigação” continuar governando a cidade enquanto tiver condições.
Ele acredita ainda que a doença já terá sido superada durante a campanha eleitoral, e disse não ser possível saber o quanto ela pode ter afetado na melhora de sua popularidade.
Para Bruno Covas, as marcas de sua gestão vão ser a desestatização e o foco no social. Ele, que diz se aprovar como gestor, destacou feitos dos anos que passou à frente da Prefeitura, como a concessão de cemitérios, o crescimento do turismo e do carnaval, a maior eficiência nas ações de zeladoria e a construção de 12 CEUs e 11 UPAs (ainda não entregues).
Quando perguntado sobre a eficiência da sua gestão na conexão com os cidadãos, Bruno Covas admitiu “sempre pode melhorar”. E completou “por isso que eu quero mais quatro anos”. Ao que foi alfinetado pela apresentadora Vera Magalhães: “isso porque ele não está em campanha”.
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