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Apagar o passado

Por Rodrigo Constantino

Apagar o passado
Apagar o passado

Redação Publicado em 12/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h42


Por Rodrigo Constantino

Apagar o passado

Aqueles que controlam o presente controlam o passado, e ao controlar o passado, podem controlar o futuro. George Orwell sintetizou muito bem o anseio totalitário de reescrever a história e manter sempre a hegemonia da narrativa. Stalin apagava a foto de seus antigos companheiros para retratá-los como traidores da causa e fascistas, em época que nem havia photoshop. Hoje é mais fácil apagar ou adulterar registros, mas o print… esse é eterno!

O ditador Daniel Ortega, após prender todos os seus adversários, foi “reeleito” na Nicarágua. A página oficial do PT logo saudou o companheiro socialista. Pegou muito mal e gerou repercussão negativa. Não se sabe ao certo o motivo, já que o PT apoia regimes tirânicos comunistas desde sempre. Talvez por estar muito recente o discurso “democrata” contra Bolsonaro, e isso prejudicar a reedição do Lulinha Paz e Amor.

Gleisi Hoffmann veio a público culpar algum subalterno qualquer, mas não colou. Todos sabem que o PT, de fato, aplaude o resultado “democrático” da Nicarágua, como defende Maduro até hoje, sem falar do mais assassino regime do continente, Cuba. O estrago estava feito, e até jornalistas da velha imprensa tiveram que criticar.

Um deles falou em “erro”, coisa menor, como se o PT não tivesse ligação umbilical com esses ditadores. Outro condenou o apoio, mas se sentiu na necessidade de meter junto um ataque a Bolsonaro, por “também apoiar tiranos”, como o líder saudita. É preciso muito malabarismo para jogar no mesmo saco as duas coisas, fingindo não saber que Lula fundou, ao lado de Fidel Castro, o Foro de SP, e que certamente Bolsonaro não se espelha no modelo saudita para importá-lo ao Brasil.

O líder comunista do Vietnã foi ao restaurante do fanfarrão que joga sal na carne de maneira afetada, e pediu um filé coberto de ouro. Cada um pode ser brega como quiser, mas quando se prega o comunismo, dar-se esse luxo estranho pega muito mal. E de fato houve enorme indignação. O comuna apagou o vídeo. Mas se Deus perdoa e o eleitor esquece, a internet é mais implacável e registra tudo. A hipocrisia da dolce vita da esquerda caviar ficará para sempre exposta lá.

A “terceira via” tem um novo nome. Sergio Moro finalmente se filiou ao Podemos e fez discurso de candidato (populista). O ex-juiz declarou em entrevista que jamais entraria para a política. Ele pode ter uma militância fanática (gado) que esquece fácil das coisas, mas o vídeo está circulando pela internet novamente, para lembrar de falsas promessas. Moro abandonou o barco no meio de uma pandemia, saiu atirando e prometendo provas gravíssimas contra o chefe, e nada. Agora se sente livre para atacar o “capitalismo cego”, pregar a “justiça social” e condenar a bandeira armamentista de Bolsonaro. Quem mudou? Não dá para apagar o passado…

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