A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) respondeu nesta sexta-feira (3) a um ofício da Secretaria Municipal de Saúde e recomendou que a
Redação Publicado em 04/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h37
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) respondeu nesta sexta-feira (3) a um ofício da Secretaria Municipal de Saúde e recomendou que a prefeitura reavalie a decisão de reduzir o intervalo de aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 de 5 para 4 meses.
A agência afirmou que não há evidências de que os benefícios da antecipação superem os riscos desconhecidos de aplicação diferente do que consta na bula dos imunizantes. O g1 procurou a Prefeitura de São Paulo e aguarda posicionamento.
A medida já está em vigor na cidade de São Paulo desde quinta-feira (2). A gestão estadual também decidiu reduzir o intervalo, sob a justificativa de preocupação com a chegada da variante ômicron no Brasil.
“No momento, não sabemos se os benefícios superam os riscos para o uso de reforço no intervalo de 4 meses para todos os adultos com 18 anos ou mais, independente da vacina ofertada e do esquema vacinal primário. Alertamos que a redução generalizada do intervalo para a aplicação da dose de reforço das diferentes vacinas contra a Covid-19 pode favorecer o aumento e o aparecimento de reações adversas desconhecidas”, diz a nota da Anvisa.
A agência cita ainda que deve ser evitada a “assimetria no acesso às vacinas no país e que as estratégias de vacinação sejam coordenadas, considerando exclusivamente o interesse público.”
Pontos do posicionamento da Anvisa:
O governo do estado anunciou na quinta-feira (2) a redução de 5 para 4 meses o intervalo para aplicação da dose adicional da vacina contra a Covid-19 em São Paulo.
A medida vale para quem tomou duas doses dos imunizantes do CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, e atingirá cerca de 10 milhões de pessoas que se vacinaram nos meses de julho e agosto. A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que a dose de reforço pode ser de qualquer imunizante. Já a Secretaria Municipal diz que a dose deve ser preferencialmente da Pfizer.
Para a decisão, o comitê científico da gestão estadual considerou os três casos da variante ômicron em São Paulo. Para os integrantes do comitê, como o Brasil ainda não obriga a apresentação de comprovante do esquema vacinal completo para viajantes, a medida faz-se necessária já que o estado “o estado é a porta de entrada de pessoas de todo o mundo”. O comitê também considerou a proximidade das festas de fim de ano.
“O estado tem hoje condições logísticas e técnicas de ampliar a vacinação e reduzir o intervalo de aplicação das doses para que todos possam estar ainda mais protegidos. Vale ressaltar também a necessidade de quem não tomou ainda a segunda dose, retorne aos postos de saúde para se imunizar”, afirmou o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Na capital, a redução do intervalo já começou a ser seguida na quinta-feira. As outras cidades devem definir quando começam a aplicar a dose de reforço com um intervalo menor.
Desde terça-feira (30), qualquer pessoa maior de 18 anos que tomou a vacina da Janssen há pelo menos dois meses, começou a ser vacinada com a Pfizer na cidade de São Paulo.
O governo tem autonomia para definir o esquema vacinal do estado. Desde o início da pandemia, os estados e municípios têm adotado calendários diferentes do Plano Nacional de Imunização e aplicando a vacina contra a Covid-19 conforme as suas regras. Ainda não está definido se a vacina da Covid-19 entrará no calendário anual de vacinação.
Pelos mesmos motivos dados para a redução do intervalo da dose extra, o governo voltou atrás e manteve a obrigatoriedade do uso de máscaras. A administração estadual previa flexibilizar o uso de máscaras em ambientes externos no dia 11 de dezembro. Nesta quinta (2), porém, a gestão de João Doria também recuou e desistiu de liberar a população do uso de máscaras ao ar livre.
A Prefeitura também anunciou o cancelamento do réveillon 2022.
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.
No Brasil, três casos foram confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz. Todos são monitorados, apresentam sintomas leves e passam bem.
Na terça (30), autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente na Holanda no dia 19 de novembro – uma semana antes do que se acreditava e antes da OMS classificar como variante de preocupação.
A primeira imagem da variante ômicron do coronavírus revelou mais que o dobro de mutações que a da variante delta.
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