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“Anvisa não serve aos interesses de governos”, afirmam funcionários em carta

Em meio a divergências sobre o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, funcionários da  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicaram

“Anvisa não serve aos interesses de governos”, afirmam funcionários em carta
“Anvisa não serve aos interesses de governos”, afirmam funcionários em carta

Redação Publicado em 11/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h20


Documento divulgado pela Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa) nesta quinta-feira diz que trabalho técnico está “acima de qualquer pressão”

Em meio a divergências sobre o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, funcionários da  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicaram uma carta aberta nesta sexta-feira para afirmar que atuam com base em critérios científicos e que não servem “aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos”. No texto, a Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa) também reforça que o trabalho técnico da instituição está “acima de qualquer pressão”.

“Pressões externas são inerentes ao trabalho desenvolvido por nós, servidores da Anvisa, mas o trabalho técnico está acima de qualquer pressão. A Anvisa é um órgão do Estado brasileiro e está a serviço do povo brasileiro. Ao longo dos seus 20 anos de existência, a Agência consolidou-se como uma referência no setor de saúde justamente pelo trabalho desenvolvido por seus servidores, que resultou na reconhecida excelência da sua atuação regulatória e na credibilidade de suas ações e decisões, baseadas exclusivamente em critérios técnicos e científicos”, diz trecho do documento.

Na carta, os funcionários da Anvisa lembram que possuem um corpo técnico de carreira e que foi criado um comitê especial durante a pandemia para se dedicar exclusivamente à analise dos pacotes de dados contidos nos pedidos de registros e autorização para uso emergencial de vacinas contra o novo coronavírus. Eles destacam, ainda, que a doença já vitimou mais de 178 mil brasileiros.

“Tal comitê tem trabalhado incansavelmente, por meio de avaliação técnica criteriosa, que inclui uma análise rigorosa dos dados laboratoriais, de produção, de estabilidade e clínicos, de forma isenta e sem se submeter a qualquer tipo de pressão política e no menor tempo possível, com o objetivo de assegurar que as vacinas contra a Covid-19 que venham a ser registradas pela Agência sejam seguras, eficazes e produzidas com qualidade. Somos sensíveis e solidários a este momento crítico que todos nós estamos atravessando e temos trabalhado de forma ativa no enfrentamento da pandemia desde o início.”

Os funcionários afirmam, ainda, que utilizam todo o seu conhecimento técnico para “aprovar, com segurança e com a urgência que a situação exige, as vacinas que o país aguarda com tanta ansiedade”.

“Mantemos o nosso compromisso de atuar em prol dos interesses da saúde pública, honrando a missão da Agência de ‘proteger e promover a saúde da população, mediante a intervenção nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada e integrada no âmbito do Sistema Único de Saúde ‘”.

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Agência O Globo

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