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Andrés Sanchez diz que merecia impeachment no Corinthians por contratação para sub-23

A contratação do meia Franzinho, aos 27 anos, pela categoria sub-23 do Corinthians era motivo suficiente para o impeachment de Andrés Sanchez. Quem afirma

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Redação Publicado em 24/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h37


De saída, presidente defende categoria, mas admite erro com filho de conselheiro

A contratação do meia Franzinho, aos 27 anos, pela categoria sub-23 do Corinthians era motivo suficiente para o impeachment de Andrés Sanchez. Quem afirma isso não são detratores do cartola ou membros da oposição do clube, mas sim o próprio presidente do Timão.

Em entrevista exclusiva ao gepara uma reportagem especial que vai ao ar na próxima terça-feira, Andrés Sanchez admite que o negócio realizado em 2019 foi um dos principais erros de seu mandato, que acaba no próximo dia 3.

– Merecia o impeachment. Não queriam me dar um impeachment para cima e para baixo? Esse era um motivo. Lógico que era. Como o presidente contrata um jogador com 27 anos para o sub-23? Faz contrato, paga salário. Tinha que ter impeachment. Mas eles achavam que impeachment era o déficit do balanço – declarou, em tom irônico.

O presidente alega que contratou Franzinho atendendo a pedidos de amigos e de Fran Papaiordanou, conselheiro do Corinthians e pai do atleta. Apesar do favor, Papaiordanou acabou apoiando Mario Gobbi, candidato de oposição na última eleição do clube, em novembro.

– Ele (Franzinho) sempre esteve na base no Corinthians. No começo era só para treinar (no sub-23). Depois o pai pressionou para ter contrato, depois pressionou para ter salário, depois para ser titular. Aí passou do limite – comentou Andrés, que já esperava receber críticas pela contratação.

– Eu sabia. Não me arrependo, pelo garoto, jamais. Eu sabia que seria criticado, faz parte do processo, nem sempre dá para fazer do jeito que você acha que tem que fazer. Às vezes tem que ceder em algumas coisas. E não foi por causa do Fran, foi por amigos em comum, e eu cedi à pressão. Assumo totalmente a responsabilidade.

Apesar de reconhecer este erro, Andrés defende a criação da categoria sub-23. Ela é alvo de críticas de parte da torcida por não revelar atletas para o elenco profissional e por ter realizado dezenas de contratações nos últimos dois anos.

– Eu fiz o sub-23 com consciência. Lógico que no segundo ano foi diferente. Muito jogador não comprou a ideia do sub-23. Tinha jogador do Corinthians que estourava a idade da base e preferia ir para o Oeste, para o Joinville, para o raio que os parta e não para o sub-23. Hoje o jogador do Corinthians que estoura a idade entende que o sub-23 é o caminho dele para o profissional. Perdemos muito jogador (no passado) por não ter o sub-23. Everton Ribeiro, Weverton, Antonio Carlos, um monte de jogador que não jogava no profissional, não podia jogar no sub-20 e ficava lá treinando dois meses, cinco meses, dez meses, um ano – argumenta o mandatário.

Na última segunda-feira, o sub-23 do Timão foi eliminado do Campeonato Brasileiro de Aspirantes.

Nesta quinta, o ge publica reportagem com um balanço da categoria, detalhando custos, quantidade de jogadores, resultados e condições de trabalho.

Duílio Monteiro Alves, que assumirá o comando do clube em 4 de janeiro de 2021, promete manter a equipe para a próxima temporada, com melhorias.

Além de falar do sub-23, na entrevista ao ge Andrés Sanchez dispara contra aqueles que julga como traidores, comenta por que se afastou do amigo e ídolo Neto, explica a razão de ser um “solteiro convicto” e conta bastidores de seu mandato. Confira em texto, vídeo e podcast, na próxima semana.

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GE – Globo esporte

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