Finalizações: Flamengo 21 x 3
Bolas levantadas: Flamengo 32 x 0
Escanteios: Flamengo 12 x 0
Passes certos: Flamengo 584 x 112
Jogadas na linha de fundo: Flamengo 15 x 2#gecorinthians
Num futebol brasileiro quase sem protagonistas, em que "saber sofrer" é uma característica louvável, o Corinthians pareceu um time pós-graduado no assunto
Redação Publicado em 13/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h36
Num futebol brasileiro quase sem protagonistas, em que “saber sofrer” é uma característica louvável, o Corinthians pareceu um time pós-graduado no assunto nesta quarta-feira, no Maracanã.
Sem qualquer vergonha de se defender, o Corinthians foi ao Rio de Janeiro para segurar um empate contra o Flamengo, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Conseguiu o 0 a 0, depois de ver o adversário rondar, rondar, mas sempre parar em um corintiano. A cena dos jogadores exaustos aplaudindo a torcida presente fora de casa (foto acima) mostra a satisfação pela “vitória” sem gols.
É um bom primeiro passo para o trabalho de Jair Ventura, apenas em sua segunda partida à frente do Corinthians. Diante de um cenário com poucas perspectivas, contra um adversário com melhores peças, o técnico reconheceu as limitações do time e começou a arrumá-lo pela defesa. A organização foi digna daquela apresentada em temporadas recentes – faz parte do “DNA” do clube.
Jair Ventura, agora, terá duas semanas até o jogo de volta, dia 26, em Itaquera, para fazer o Timão mostrar um pouco mais com a bola nos pés. Um golzinho, ao menos, será necessário para a classificação no tempo normal. É exigir muito?
Como o Corinthians se defendeu?
Jair Ventura fez mistério – não sobre a escalação, mas sim a respeito da formação tática que levaria a campo. No Maracanã, porém, foi como o previsto: um Corinthians bem fechado, com três volantes, uma espécie de losango no meio-campo, e Clayson e Romero preparados para os eventuais contra-ataques. Veja como ficou:
Depois de sofrer muito no início, o Corinthians conseguiu duas saídas rápidas – uma delas em erro infantil de Paquetá –, mas Clayson e Douglas erraram o alvo. E aí entra o problema recente da equipe: a dificuldade em chutar a gol. Contra o Palmeiras, o Timão teve o total de ZERO finalizações certas. Nesta quarta-feira, a precisão fez falta.
Sem a bola, a postura foi inteligente: marcação baixa, assim como no Dérbi, com uma linha de cinco jogadores praticamente colada nos quatro defensores – por vezes, Ralf ficou entre as linhas, formando um 4-1-4-1. Só Jadson, lá na frente, aguardava as bolas “quebradas” para tentar algo na criação. Ele pouco pôde fazer.
Para o que se propôs a fazer, Jair Ventura obteve êxito. Mesmo assim, correu muitos riscos, e Cássio, de novo, foi o melhor corintiano em campo. No primeiro tempo, por exemplo, o Flamengo teve 67% da posse de bola e trocou 287 passes certos. Quatro vezes mais do que o Timão, que só teve 66 passes trocados nos 45 minutos iniciais.
Em nenhum momento, Jair se empolgou a ponto de abrir mão da segurança defensiva. As três trocas que fez no segundo tempo foram por motivos físicos e não mudaram a disposição tática – Paulo Roberto ficou na lateral direita na vaga de Fagner, enquanto Araos e Mateus Vital cumpriram à risca as funções de Gabriel e Clayson.
É evidente que um clube do tamanho do Corinthians não pode disputar uma semifinal de Copa do Brasil como azarão, jogando por uma bola e se defendendo como pode. Mas, na atual situação, diante de tantas baixas em 2018 e com uma equipe limitadíssima, segurar um 0 a 0 no Maracanã se torna mérito.
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