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Análise: São Paulo se perde no caminho e precisa acordar para não aumentar lista de decepções

Diante de um Santos inteiro reserva e recheado de garotos, o líder do Brasileirão não conseguiu se impor, pouco fez para chegar à vitória e, de quebra, viu

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Redação Publicado em 11/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h15


Tricolor acumula segunda derrota consecutiva no Brasileirão e pode se complicar na liderança

Se a derrota para o Bragantino havia ligado um sinal de alerta no São Paulo no Campeonato Brasileiro, a derrota por 1 a 0 para o Santos, no último domingo, no Morumbi, fez esse sinal ter uma luz ainda mais forte.

Diante de um Santos inteiro reserva e recheado de garotos, o líder do Brasileirão não conseguiu se impor, pouco fez para chegar à vitória e, de quebra, viu Jobson colocar pressão pelos lados do Morumbi.

Pela primeira vez neste Brasileirão o São Paulo foi derrotado duas vezes consecutivas. E isso acontece em um momento crucial da competição, em sua reta final, e com pelo menos quatro times atrás do Tricolor com chances reais de tirar a liderança – entre eles o Internacional, que venceu o Goiás e agora está a apenas três pontos de distância.

Após a eliminação para o Grêmio, na Copa do Brasil, a equipe comandada por Fernando Diniz não se encontra em campo. Depois de chegar no topo da tabela e abrir sete pontos com um futebol bonito, muitas vezes elencado como o melhor do Brasil, e de muita efetividade, o São Paulo parece ter se perdido no meio do caminho.

Fernando Diniz em duelo contra o Santos — Foto: Marcos Ribolli

Fernando Diniz em duelo contra o Santos — Foto: Marcos Ribolli

Contra o Bragantino, o grande problema foi o sistema defensivo. Sem Luan, Tchê Tchê foi o responsável por assumir a função de primeiro volante. Isto, aliado à ausência de Arboleda entre os titulares, culminou em uma pane na defesa – e o Tricolor sofreu quatro gols pela primeira vez no Brasileirão.

O nervosismo no banco de reservas naquela ocasião deu um panorama de que havia algo de errado no São Paulo. O duelo contra o Santos, então, seria a chave de mudança para a equipe.

No entanto, o Tricolor não deu a reviravolta aguardada. Muito pelo contrário. Mostrou mais uma vez deficiências que até então não tinham aparecido no Brasileirão e saiu derrotado em um jogo fundamental na corrida pelo troféu.

Até sofrer o gol, com um minuto do segundo tempo, o São Paulo tinha criado poucas chances de gol. Sem Luciano no ataque, Pablo foi o escolhido e (mais uma vez) não correspondeu.

Arboleda, do São Paulo, exige grande defesa de João Paulo, do Santos — Foto: Marcos Ribolli

Arboleda, do São Paulo, exige grande defesa de João Paulo, do Santos — Foto: Marcos Ribolli

Depois de ser vazado em uma falha de Tiago Volpi, a equipe acordou, mas parou em um inspirado João Paulo, que fez pelo menos três defesas difíceis, e tirou toda a concentração do Tricolor. Já era tarde demais para buscar o placar.

Pode ficar tarde demais também para o São Paulo reencontrar seu caminho no Brasileirão. Com as duas derrotas, a equipe vê o Internacional, atual vice-líder, diminuir a vantagem para três pontos, e o Atlético-MG poder reduzir para apenas um (o Galo tem dois jogos a menos).

Cleber Machado, Casagrande e Ricardinho analisam vitória do Santos em clássico contra o São Paulo

Cleber Machado, Casagrande e Ricardinho analisam vitória do Santos em clássico contra o São Paulo

Perder a disputa após abrir sete pontos de vantagem seria aumentar a lista de decepções que acompanham o São Paulo desde o último título do clube, em 2012.

Sem jogos no meio de semana, Fernando Diniz terá tempo necessário para aparar as arestas e recolocar o São Paulo nos trilhos. O próximo confronto será no domingo que vem, contra o Athletico-PR, às 16h (de Brasília), na Arena da Baixada.

Agora, a gordura conquistada praticamente acabou, e a antiga (e muito utilizada) frase “cada jogo é uma final” se torna cada vez mais uma verdade para o clube.

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GE – Globo Esporte.

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