Qualquer análise fria, sem observar todos os contextos, depois de uma derrota por 3 a 0 contra um time tecnicamente inferior levaria a crer que praticamente tudo está errado, mas… Torcedores, calma.
É evidente que o Santos não jogou bem contra a Ponte Preta em Campinas, na última sexta-feira. É evidente que o time misto escalado pelo técnico Ariel Holan não encaixou, especialmente no primeiro tempo. É evidente que perder por 3 a 0 é péssimo. É evidente que ter apenas uma vitória em seis partidas no Campeonato Paulista não é o ideal.
Mas nem tudo está perdido. E como diz o título desta análise, o imediatismo sobre o início de trabalho de Holan, no clube há pouco menos de dois meses, só prejudica o treinador, que claramente tem usado o Paulistão como um laboratório para observar jogadores e achar alternativas no elenco.
Não é momento de cobranças exageradas. Por causa da pandemia, vivemos mais uma temporada atípica, com jogos praticamente dia sim dia não, que forçam Holan a estudar bem como mesclar o plantel para competições mais importantes, como a Libertadores.
Os erros cometidos pelo Santos contra a Ponte Preta, claro, não podem ser esquecidos, mas sim corrigidos. Não é novidade que, desde que Holan foi contratado, o time vem passando por um processo de reconstrução tática, mudando a forma de jogar, buscando ter mais a posse de bola.
Na maioria dos jogos sob comando do argentino, o Peixe jogou com os zagueiros adiantados, arriscando passes entre as linhas. Contra a Ponte, não deu certo. O time sofreu com contra-ataques e falhas individuais, como a de John no primeiro gol, de Luan Peres no segundo e de Copete no terceiro.
Em busca de jogadores que possam atuar em mais de uma função, o treinador fez improvisos nas duas laterais, com as entradas de Vinicius Balieiro na direita e Copete na esquerda. Apesar de ambos já terem atuado nas respectivas funções, as mudanças deixaram o sistema defensivo exposto, mesmo com a dupla de zaga titular (Kaiky e Luan Peres), que também não teve grande atuação.
Aliás, aqui vale um adendo: Holan só precisou improvisar Balieiro na lateral direita por causa de um erro do clube, que “esqueceu” de inscrever Madson, reserva imediato de Pará, no Paulistão. O equívoco custou caro.
Outros problemas apresentados pelo Santos em Campinas foram criação e conclusão das jogadas. No primeiro tempo, nada funcionou. No segundo, com as trocas de Holan, o time controlou as ações, melhorou defensivamente, mas manteve a ineficiência no ataque. As principais chances do Peixe saíram de cobranças de falta, com Lucas Lourenço e Marinho.
Obviamente há muito a melhorar, mas Holan precisa de paciência da torcida.