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Análise: Palmeiras sente físico, vive noite desorganizada e sai no lucro do Paraguai

O Palmeiras viveu talvez a pior noite desde o início da era Abel Ferreira, que, com Covid-19, apenas observou do quarto de um hotel em São Paulo o jogo desta

Análise: Palmeiras
Análise: Palmeiras

Redação Publicado em 09/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 22h07


Veja o que deu certo e o que deu errado no empate por 1 a 1 do Verdão contra o Libertad

O Palmeiras viveu talvez a pior noite desde o início da era Abel Ferreira, que, com Covid-19, apenas observou do quarto de um hotel em São Paulo o jogo desta terça-feira contra o paraguaio Libertad.

Com praticamente todo o elenco à disposição, a equipe sofreu no aspecto físico, apresentou problemas de organização e saiu no lucro de Assunção, capital do Paraguai.

O empate por 1 a 1 deixa o time em situação favorável no confronto pelas quartas de final da Copa Libertadores. Basta um 0 a 0 na volta, terça que vem, no Allianz Parque, para a vaga na semifinal ser assegurada. Este cenário favorável, contudo, esbarra diante de uma atuação ruim, na qual a derrota só não veio pelas falhas nas finalizações do adversário e certa dose de sorte (duas bolas na trave).

Tudo bem que o gol do Libertad, responsável por decretar o resultado, saiu por intermédio de uma saída de gol errada de Weverton, mas o Palmeiras sofreu defensivamente, cedeu muitos espaços para o time paraguaio e flertou com a derrota.

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Gustavo Gómez e Rony comemoram o gol do Palmeiras no empate contra o Libertad — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Gustavo Gómez e Rony comemoram o gol do Palmeiras no empate contra o Libertad — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

O revés não veio, e a equipe retorna ao Brasil com um resultado digno de comemoração, ainda mais pela questão física. Em entrevistas concedidas depois do empate, o auxiliar João Martins e Gustavo Gómez reconheceram: o Palmeiras está sentindo a parte física após o surto de Covid-19.

Esse placar também se define graças à melhor notícia palmeirense da noite: a eficiência na bola parada. Pela segunda partida consecutiva, a combinação do trabalho do dia a dia, da competência de quem bate e da precisão de quem finaliza ajudou (e muito) a equipe alviverde. O time vai para o segundo jogo com a situação mais tranquila e favorável.

O que deu certo

Bola parada novamente ajudou o Palmeiras: gol veio quando equipe era pior em campo — Foto: Reuters

Bola parada novamente ajudou o Palmeiras: gol veio quando equipe era pior em campo — Foto: Reuters

Qualidade na cobrança, ensaio e força pelo alto. Novamente, a bola parada do Palmeiras se mostrou eficaz. Contra o Santos, Willian aproveitou jogada ensaiada. Diante do Libertad, a cobrança na medida de Gustavo Scarpa encontrou Gustavo Gómez, que cabeceou com precisão para colocar o time em vantagem na primeira etapa.

O defensor paraguaio, inclusive, sobra como o melhor jogador palmeirense na temporada, sendo decisivo nas duas áreas. Além da cabeçada precisa, o zagueiro também fez um gol no campo defensivo: um corte providencial no primeiro tempo, em um dos muitos contra-ataques perigosos do Libertad.

A sorte também foi um fator positivo (talvez o maior). Afinal, no último lance do jogo, Espinoza cobrou falta com categoria e viu a bola explodir na trave esquerda de Weverton. No primeiro tempo, a mesma trave esquerda também parou Bareiro.

O que deu errado

Libertad aproveitou espaços e acuou o Palmeiras muitas vezes no duelo — Foto: Staff Images/CONMEBOL

Libertad aproveitou espaços e acuou o Palmeiras muitas vezes no duelo — Foto: Staff Images/CONMEBOL

Gustavo Gómez acabou sendo um alento em uma noite de desorganização tática do Palmeiras. Viu-se em Assunção um time muito espaçado e concedendo espaços para o Libertad criar na base da velocidade e intensidade. Os paraguaios se sobressaíram no aspecto físico em muitas ocasiões, mas não souberam aproveitar o ritmo.

Essa desorganização palmeirense era mais perceptível graças aos erros técnicos dos próprios jogadores, especialmente com a bola no setor de meio-campo. O Palmeiras acumulou erros de passes, inclusive na saída de bola, e cedeu chances para o Libertad, que conseguia constantemente vantagem numérica para ameaçar o gol de Weverton.

A exposição defensiva só não custou a derrota por conta dos erros do próprio Libertad. Além das duas bolas na trave, fator de azar para os paraguaios, Weverton precisou aparecer duas vezes, uma em cada tempo, para evitar a derrota e complicar o time no duelo pelas quartas de final.

O confronto está aberto, e o Palmeiras com uma pequena vantagem, notícias extremamente positivas diante de uma atuação coletiva ruim da equipe alviverde em Assunção.

Próximos passos

Antes de pensar na decisão contra o Libertad, marcada para a próxima terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, o Palmeiras volta a focar no Campeonato Brasileiro. No sábado, às 19h, a equipe recebe o Bahia, também na arena.

Para o fim de semana, Vitor Castanheira e João Martins, que devem seguir no comando da equipe em virtude do isolamento obrigatório de Abel Ferreira, devem contar com o retorno de Marcos Rocha, recuperado da Covid-19 e em processo de transição física.

Com todo o elenco recuperado do surto do novo coronavírus, o Palmeiras retorna ao trabalho já na manhã desta quarta-feira. O treino está marcado para começar às 11h (de Brasília).

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GE – Globo Esporte.

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