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Análise: Mancini precisa olhar com carinho para o time B após sequência de testes no Corinthians

A vitória do Corinthians sobre o Ituano, por 2 a 0, neste domingo, confirmou o que já vinha sendo mostrado na semana de testes de Vagner Mancini: o time B,

Mancini
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Redação Publicado em 19/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h14


Timão se apresenta outra vez mais leve e organizado com mistão

A vitória do Corinthians sobre o Ituano, por 2 a 0, neste domingo, confirmou o que já vinha sendo mostrado na semana de testes de Vagner Mancini: o time B, com jogadores em sua maioria reservas, entregou mais do que o time A, com atletas considerados titulares.

Se contra a Ferroviária o mistão havia mostrado desempenho, mas perdido o jogo, contra o Ituano a equipe conseguiu aliar um futebol melhor com resultado favorável.

Agora, resta saber se Vagner Mancini vai olhar com o devido cuidado para o time B antes de formar a equipe titular para a estreia na Copa Sul-Americana, nesta quinta-feira, contra o River Plate, em Assunção, no Paraguai. Há titulares em potencial.

Por sua entrevista coletiva após a vitória, o técnico se mostrou satisfeito com o que viu, mas indicou poucas mudanças. Principalmente ao dizer que não se pode mudar o plano de jogo em duas partidas.

Otero e Luan comemoram gol do Corinthians contra o Ituano — Foto: Rodrigo Corsi/Paulistão

Otero e Luan comemoram gol do Corinthians contra o Ituano — Foto: Rodrigo Corsi/Paulistão

Garotos em alta

Se a garotada decepcionou contra o São Bento, sobrou qualidade contra o Ituano. O trio defensivo formado por João Victor, Raul e Lucas Piton fez excelente partida, cada um dentro de suas características.

Raul foi quem mais acertou passes pelo Corinthians – 51 de 57. Em seu segundo jogo como titular, foi soberano em disputas de bola com o ataque rival. Concentrado e, principalmente, bem posicionado, participou também do jogo ofensivo. Foi dele o passe (entre as linhas do Ituano) para João Victor em jogada que terminou em gol de Otero.

João Victor fez jus à expectativa da comissão técnica em se sair bem improvisado. De novo na lateral direita, teve participação direta nos dois gols marcados pelo Corinthians. Mostrou-se sem medo de avançar à linha de fundo, tentar um drible, cruzamento ou passe. À vontade, desponta para ser o reserva de Fagner.

Lucas Piton também se destacou pela participação ofensiva. Acertou cruzamento e deu opção de passe gerando amplitude na equipe. Assim como os demais da defesa, suportou bem a pressão do Ituano em contra-ataques.

Os três, porém, jogam em posições cujos concorrentes são veteranos consolidados: Fagner, Gil e Fábio Santos. Dificilmente conseguirão convencer Mancini a mexer em sua defesa titular, já que o técnico respeita uma hierarquia principalmente em jogos de torneios importantes como a Sul-Americana.

O fator Jô

Com um time mais organizado e leve em relação ao time A, o Corinthians se impôs no primeiro tempo com 68% de posse de bola e 13 finalizações. Estivesse com a pontaria mais calibrada, o Timão teria ido para o intervalo com um placar mais elástico.

No primeiro tempo, Jô fez dois pivôs. O segundo em lance cujo domínio possibilitou que apenas rolasse para Camacho em vez de finalizar. Mas foi na etapa final que ele encerrou um jejum de mais de um mês. Com o gol na bagagem, desponta para voltar ao time titular na vaga de Cauê na próxima quinta-feira.

Luan + 10

Usado nas três últimas partidas, Luan também desponta para beliscar uma vaga no time titular. Em lance de puro talento, deixou Léo Natel na cara do gol e viu o companheiro bater em cima do goleiro. Ao lado de Otero, foi quem mais finalizou a gol: quatro vezes.

Jogando mais próximo da área, desta vez, o camisa 7 tocou menos na bola em comparação com as últimas partidas, mas participou bem quando acionado. Sempre com sua característica de tocar e se apresentar como opção para receber de volta.

Para Mancini, Luan mostrou que “pode ser um atleta diferente”.

Balanço dos testes

No balanço dos testes de elenco feitos nos últimos quatro jogos, o grande desafio de Mancini será achar o ponto de equilíbrio entre os times. Ajustar suas principais peças para o modelo e estilo de jogo apresentados pelo time B e lapidar os garotos que ainda não tiveram tanta sequência, mas despontam como boas opções para o futuro.

Se mantiver o que fez nos jogos da Copa do Brasil, Mancini mandará a campo um time com poucas apostas, baseando-se mais na experiência dos mais velhos, capazes, na visão dele, de suportar mais a pressão. Resta saber se será capaz de convencer a torcida com suas escolhas se insistir no que não vem dando certo e deixar para trás em jogos importantes o que os testes lhe apresentaram de bom.

Fato é que a sequência do Corinthians não se resume apenas ao jogo de estreia na Sul-Americana: depois dela, virão jogos contra Santos, São Paulo e Peñarol-URU. Naturalmente, em algum momento, o treinador precisará confiar jogos importantes aos mais novos.

Corinthians em números*

  • 57% de posse de bola
  • 18 finalizações
  • 10 finalizações certas
  • 8 finalizações para fora
  • 400 passes certos
  • 75 passes errados
  • 22 desarmes

*Números do scout da TV Globo.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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