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Análise: Mancini aumenta leque, e Corinthians se fortalece antes de jogo decisivo

Fortemente contestado pela torcida nos últimos dias, o técnico Vagner Mancini deu uma resposta interessante ao mudar o esquema tático do Corinthians no empate

CORINTHIANS
CORINTHIANS

Redação Publicado em 03/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h41


Treinador testa time com três zagueiros em clássico contra o São Paulo

Fortemente contestado pela torcida nos últimos dias, o técnico Vagner Mancini deu uma resposta interessante ao mudar o esquema tático do Corinthians no empate por 2 a 2 no clássico deste domingo, contra o São Paulo, na Neo Química Arena. A vitória começou distante, chegou a estar nas mãos do Timão, mas escapou nos minutos finais.

O técnico não só teve a audácia de barrar medalhões que vinham mal em partidas recentes, como o lateral-esquerdo Fábio Santos, como escalou o Corinthians em um 3-5-2, com João Victor, Jemerson e Raul formando a linha de zaga.

O Timão sofreu o primeiro gol, mas reagiu e virou a partida no talento de Luan e no oportunismo de Gustavo Mosquito. A vitória escapou por um vacilo individual de João Victor, ao cometer pênalti nos minutos finais. O zagueiro fazia bom jogo.

Ao dar opções para si mesmo, Mancini aumenta o próprio leque e dá esperança à Fiel de atuações melhores. Naturalmente, um novo esquema vai exigir treinos e paciência com pequenos ajustes.

Luan Corinthians São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Luan Corinthians São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Os três zagueiros

Antes de a bola rolar, Mancini afirmou, em entrevista na beira do gramado, que a ideia de três zagueiros chega para ficar e ser desenvolvida como outros esquemas de jogo no Corinthians. Não se tratou, então, apenas de uma maneira de “espelhar” em campo o São Paulo de Hernán Crespo.

Com Gil e Bruno Méndez barrados, os promissores Raul e João Victor compuseram a linha ao lado de Jemerson, centralizado. Fagner e Lucas Piton, após ganhar a vaga de Fábio Santos, passaram a ter mais liberdade do meio para frente.

A formação precisará de ajustes, mas abre a possibilidade de o Corinthians colocar em campo mais um zagueiro em ascensão. No começo da partida, funcionou com ressalvas.

O time se postou de maneira um pouco estática, e as dobradinhas entre João e Fagner pela direita não surtiram efeito, principalmente nos primeiros 30 minutos. O veterano, inclusive, desempenhou papéis diferentes dentro do jogo, atuando por todo o flanco direito.

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Fator Luan + Ramiro

Se faltou movimentação, sobrou entrega física e marcação para o Corinthians. Vigoroso, o time fez de tudo para tirar os espaços do São Paulo, em um jogo de força física que foge do estilo de Luan. Antes de marcar um golaço na etapa inicial, ele havia tocado pouquíssimo na bola.

Encaixotado na marcação rival, Luan escapou para receber ótimo passe de Ramiro após cobrança rápida de lateral de Lucas Piton. E acertou um chute poderoso para encerrar um jejum de gols na temporada.

A dupla do primeiro gol seria fundamental também na virada corintiana. Foi de Ramiro a roubada de bola que terminou em passe de Luan para Fagner. O cruzamento do lateral/ala/ponta corintiano terminou em gol de Gustavo Mosquito.

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Luan e Ramiro no aquecimento do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Luan e Ramiro no aquecimento do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Os erros…

Erros individuais custaram a vitória. Primeiro, Raul deu espaço para Miranda dentro da área, e o zagueiro veterano cabeceou com tranquilidade para abrir o placar. No fim do jogo, quando a vitória parecia certa para o Corinthians, João Victor fez pênalti em Luciano.

Isso não anula o fato de a dupla ser talvez a mais promissora da geração mais nova do elenco corintiano. Ambos têm qualidade para brigar por vaga na equipe titular. Ao contrário, por exemplo, de Otero. O venezuelano foi mal nas finalizações (uma fraca e outra para fora) e perdeu oito vezes a bola.

Com o retorno de Mateus Vital e o gol de Mosquito, a condição de titular do estrangeiro certamente está em análise.

E agora?

Cabe a Mancini não ter receio de mudar constantemente se for necessário, de insistir em quem entrega e poupar quem não vem bem, independentemente de nomes. Abrir mão de convicções antigas quando elas perdem o sentido dá sobrevida ao trabalho do técnico.

Com apenas um ponto somado na Copa Sul-Americana, o Corinthians tem jogo decisivo para seu futuro na competição na próxima quinta-feira, contra o Sport Huancayo, no Peru. É vencer ou vencer se quiser manter as (remotas) chances de classificação.

Fonte: Ge – Globo Esporte.

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