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Análise: expulsão de Romero não é desculpa para inoperância ofensiva do Corinthians

A expulsão de Ángel Romero na derrota por 1 a 0 para o Fluminense, nesta quarta-feira, no Maracanã, pode até ter sido exagerada. No entanto, não serve para

Análise: expulsão de Romero não é desculpa para inoperância ofensiva do Corinthians
Análise: expulsão de Romero não é desculpa para inoperância ofensiva do Corinthians

Redação Publicado em 23/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h04


A expulsão de Ángel Romero na derrota por 1 a 0 para o Fluminense, nesta quarta-feira, no Maracanã, pode até ter sido exagerada. No entanto, não serve para amenizar o desempenho de um Corinthians que, jogo após jogo, sofre para fazer o básico: criar chances de gol.

Contra o Flu, foram apenas quatro finalizações em 90 minutos. Em 40 deles, o time estava completo, com Romero em campo, e mesmo assim mostrou futebol muito pobre no setor ofensivo.

O retrospecto recente é preocupante:

  • O Corinthians é o time que menos finaliza no Campeonato Brasileiro: apenas 9,5 tentativas por jogo, mesma marca do América-MG (dados do Footstats);
  • Em agosto, o Corinthians só fez três gols (todos contra a Chapecoense) em sete jogos;
  • Sem centroavante, Pedrinho e Clayson têm rendido bem abaixo da média, e Jadson é a única opção de criatividade no meio-campo – e está longe de seu melhor momento técnico;
  • Com centroavante, o desempenho é ruim também porque a bola não chega até o 9 – e a fase de Jonathas e Roger não ajuda;
  • Osmar Loss tenta formações diferentes a cada jogo, e em nenhuma delas o time se sente confortável.
Osmar Loss busca alternativas para o ataque do Corinthians (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)

Osmar Loss busca alternativas para o ataque do Corinthians (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)

O técnico, aliás, tem sua parcela de responsabilidade, mas está longe de ser o único culpado pelo momento de incertezas do Corinthians. Osmar Loss não negociou quatro titulares no meio do ano, não fez as propostas milionárias da Arábia Saudita que desmantelaram a antiga comissão técnica. E nem caiu de rendimento dentro de campo…

– A análise do jogo de hoje é prejudicada pela expulsão, o time foi guerreiro, competiu para caramba, não ficamos por uma bola, não tivemos capacidade disso. Temos que melhorar, ter uma forma de jogar, encontrar um desenho no meio para ter a bola e criar ofensividade, precisamos chegar mais ao gol adversário – reconheceu Loss.

Em busca de respostas e com o alerta ligado, o Timão recebe o Paraná no próximo sábado, às 19h (de Brasília), em Itaquera. Hoje, a equipe está a sete pontos do G-6. E também da zona de rebaixamento…

O jogo

Com elenco completo à disposição, Osmar Loss levou a campo a formação que julga ser melhor para o Corinthians hoje: um 4-2-3-1, mas com o móvel Romero fazendo a função de centroavante. Na teoria, a movimentação das peças ofensivas serviria para quebrar a marcação do Fluminense e abrir espaços, como foi rotina em um passado recente.

No atual momento, porém, nada disso tem sido colocado em prática. Sem triangulações e com os laterais presos na marcação dos atacantes rápidos do Flu, o Corinthians se viu sem soluções. Foram apenas duas chances no primeiro tempo: uma rara escapada de Fagner pela direita, que rendeu chute a gol, e uma cabeçada de Romero em cruzamento de Clayson.

Sem criação, o time tem se limitado à defesa. E a bola aérea, sempre problemática, rendeu mais um gol para o adversário – desta vez de Gum. A postagem do repórter Edgard Maciel de Sá, que estava no Maracanã, mostra o momento exato em que a bola chega na área do Corinthians. São sete alvinegros na área, seis deles apenas olhando Pedro cabecear.

Atrás no placar, o Corinthians ainda perdeu Romero após cotovelada dele em Digão. Com um a menos, Loss optou por montar uma linha de três meio-campistas (Ralf, Douglas e Jadson) e deixar Pedrinho e Clayson livres na frente.

Formação do Corinthians depois da expulsão de Romero (Foto: GloboEsporte.com)

Formação do Corinthians depois da expulsão de Romero (Foto: GloboEsporte.com)

A nova formação não melhorou a criação do Corinthians e ainda deixou duas avenidas pelos lados para o Flu avançar. A equipe carioca pressionou no início do segundo tempo, criou mais chances, mas parou nas defesas de Cássio e na falta de pontaria dos próprios jogadores.

Loss arrumou o time ao montar duas linhas de quatro e lançar Jonathas como centroavante. O Corinthians sofreu menos, mas seguiu sem esboçar qualquer reação.

Aquela equipe cascuda, que os adversários “sangravam para fazer um gol”, como disse Cássio, parece cada vez mais distante. Pior: parece que o jogo virou. Se antes era questão de tempo o Timão resolver jogos amarrados e arrancar vitórias improváveis, agora as derrotas (já são 18 na temporada!) parecem ser encaradas com normalidade…

Defesa do Corinthians tenta marcar Pedro. Setor também vem sofrendo (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)

Defesa do Corinthians tenta marcar Pedro. Setor também vem sofrendo (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)

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