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Análise: em trabalho que não evolui, Corinthians só comemora fugir de vexame histórico

O trabalho de Sylvinho no Corinthians não tem evoluído. Após 16 jogos, sendo dois de Copa do Brasil e 14 de Campeonato Brasileiro, o time que tinha se

CORINTHIANS
CORINTHIANS

Redação Publicado em 02/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h07


O trabalho de Sylvinho no Corinthians não tem evoluído. Após 16 jogos, sendo dois de Copa do Brasil e 14 de Campeonato Brasileiro, o time que tinha se fortalecido defensivamente nos primeiros jogos passou a sofrer gols em sequência, sem nunca ter sido capaz de fazê-los em número suficiente.

O Corinthians não fez nenhum jogo consistente com o treinador. Não há um para chamar de seu.

Mesmo nas vitórias contra América-MG, Sport, Chape e Cuiabá, o time mostrou muito pouco. Ataca sempre da mesma forma, é previsível, raramente acha opções no banco de reservas. Há “poréns” e “todavias”, mas o Corinthians não pode normalizar uma campanha tão fraca no Brasileirão.

A derrota por 3 a 1 para o Flamengo não surpreendeu a ninguém. Como na goleada por 5 a 1 do ano passado, o resultado mostrou mais uma vez o abismo entre os dois clubes. Enquanto o Timão patinava no segundo tempo e perdia por 3 a 0, o Fla colocou Michael, Pedro e Vitinho em campo. A surpresa foi o placar econômico. O Timão escapou de um vexame histórico.

O desafio para Sylvinho nunca foi simples, todos sabíamos. Com muitas saídas no elenco, a diretoria foi abrindo vaga na folha salarial para a chegada de reforços, o que fez bem com Renato Augusto e Giuliano. Ainda tenta o atacante Roger Guedes, que negocia sua saída do Shandong Taishan, da China.

O técnico terá outro time com a incorporação dos reforços e precisará dar uma resposta imediata quando eles estiverem à disposição, recuperando a confiança da equipe e a esperança do torcedor.

Até aqui, o que se vê como resultado no trabalho de Sylvinho é um time com enormes dificuldades para criação, com futebol feio e incapaz de vencer qualquer equipe de boa organização e técnica. No Brasileirão, o aproveitamento é de 40%. A distância para o Z-4, ao menos, ainda é segura (5 pontos).

Cássio e Gabigol em Corinthians x Flamengo — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Cássio e Gabigol em Corinthians x Flamengo — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

A derrota em Itaquera

Em seu pior ano em casa, o Corinthians perdeu pela oitava vez na temporada dentro de Itaquera. Cinco das derrotas foram com Sylvinho (Atlético-GO duas vezes, Bragantino, Atlético-MG e Flamengo). No Brasileirão, são cinco pontos somados em 21 disputados. Um aproveitamento vexatório.

Mas é bem verdade que, desta vez, nem o mais otimista torcedor realmente acreditava que o Corinthians pudesse fazer frente ao Flamengo neste momento. Armado mais uma vez no 4-5-1, o Timão foi a campo para se defender e contra-atacar. Na prática, não fez nenhum dos dois.

O Flamengo teve a bola desde o primeiro minuto, botou pressão na saída corintiana e conseguiu um gol após um erro forçado de Cantillo. Arão roubou a bola, e Éverton Ribeiro marcou.

Acuado e assustado, o Corinthians viu o Flamengo enfileirar chances, com uma bola no travessão de Bruno Henrique e, mais perto do fim do primeiro tempo, os gols de Gustavo Henrique e do mesmo Bruno Henrique. Um 3 a 0 incontestável. Um Corinthians apático.

Durante os 45 minutos, o meio-campo armado por Sylvinho errou quase tudo. Cantillo, Gabriel e Roni sofriam com os ataques flamenguistas e contribuíam muito pouco para a transição ofensiva.

Sylvinho inverteu Adson e Mosquito, e o time conseguiu escapadas pelo lado esquerdo. A defesa rubro-negra, porém, quase não trabalhou. Foram 11 finalizações do visitante, contra uma do Timão. Na segunda etapa, esse placar terminaria em 17 a 7.

A comissão técnica voltou do intervalo com Vitinho e Xavier nas vagas de Gabriel e Roni. O Flamengo iniciou a segunda etapa com o mesmo domínio e chegou a fazer o quarto de novo com BH, mas o lance foi anulado por um toque involuntário em seu braço.

Embora se mantivesse dominante no território rival e com posse de bola sempre acima de 65%, o Flamengo aos poucos foi diminuindo o ritmo, mesmo que raramente ameaçado.

Araos entrou na vaga de Cantillo e deu boa dinâmica nos contra-ataques, acertou os 16 passes que tentou e mostrou que pode ser útil na função. Marquinhos e Mateus Vital também entraram no fim, quando Vitinho fez o gol de honra alvinegro. Um segundo tempo digno, de luta e persistência.

Pela quarta semana consecutiva, Sylvinho terá uma semana inteira de trabalho para preparar o time para o difícil clássico contra o Santos, domingo, na Vila Belmiro, sempre uma pedra no sapato corintiano.

A grande esperança da Fiel é que ao menos Giuliano, que já vem treinando com o grupo, esteja disponível. Mas para além disso, Sylvinho precisa achar repertório. Se repetir ideias não tem dado certo, talvez seja a hora de buscar alternativas. O meio-campo precisa de atenção especial.

Sylvinho e Renato Gaúcho no fim de Corinthians x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

Sylvinho e Renato Gaúcho no fim de Corinthians x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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