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Análise: Corinthians vive nova decepção e toma velhas decisões erradas em estreia no Paraguai

O Corinthians empilhou mais uma atuação frustrante na temporada. Em sua estreia na Copa Sul-Americana, no Paraguai, na noite desta quinta-feira, o Timão de

Corinthians
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Redação Publicado em 23/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h35


Tropeço contra o River Plate, pela Sul-Americana, liga novo alerta sobre convicções de Mancini

O Corinthians empilhou mais uma atuação frustrante na temporada. Em sua estreia na Copa Sul-Americana, no Paraguai, na noite desta quinta-feira, o Timão de Vagner Mancini não conseguiu sair do 0 a 0 com o modesto River Plate paraguaio, lanterna do campeonato local.

Em jogo de escolhas, convicções e atuações questionáveis, o Corinthians foi a campo com o que Mancini julgou ser o melhor dos últimos quatro jogos, teve chances de abrir o placar, mas não conseguiu balançar as redes em Assunção. Velhas decisões erradas apareceram, tanto do técnico fora de campo quanto de alguns jogadores dentro dele.

Com um fardo ainda maior nas costas e sem conseguir fazer o Corinthians jogar um futebol convincente, o técnico conhecerá o peso do empate frustrante após a sequência dura que virá: Santos e São Paulo, pelo Campeonato Paulista, e Peñarol-URU, pela Sul-Americana.

Vagner Mancini River Plate-PAR x Corinthians — Foto: Staff Images/Conmebol

Vagner Mancini River Plate-PAR x Corinthians — Foto: Staff Images/Conmebol

Domínio, mas nem tanto…

Disposto a cumprir o prometido, Vagner Mancini colocou em campo o que lhe pareceu melhor nos testes dos últimos quatro jogos: a experiente defesa titular do time A e o meio-campo e ataque do time B, cujas apresentações contra Ferroviária e Ituano tiveram desempenho satisfatório.

Não funcionou. Menos por culpa do técnico, muito mais por tomadas de decisões individuais equivocadas. A principal delas, talvez, com Léo Natel. Com o jogo fluindo bastante pelo lado direito, o atacante se equivocou em lances de velocidade. Poderia ter deixado Luan e Jô, por exemplo, na cara do gol mais de uma vez, mas não conseguiu.

Bruno Méndez, em duas oportunidades, errou na saída de bola e errou em corte dentro da área, tocando de cabeça para baixo na frente do rival. Dois sustos desnecessários a um Corinthians com dificuldades no último passe, mesmo dono da posse da bola.

Luan viveu uma espécie de dilema: tocou mais na bola quando recuou atrás da linha de meio-campo para ajudar na construção ou bastante aberto pela direita. Em nenhuma das duas posições conseguiu ser letal. Quando esteve perto da área, onde é mais perigoso, pouco foi acionado.

Ana Canhedo e Marcelo Braga analisam empate do Corinthians em estreia na Sul-Americana

Ana Canhedo e Marcelo Braga analisam empate do Corinthians em estreia na Sul-Americana

Mudanças demoradas

Se no primeiro tempo a “culpa” a respeito de Natel era do próprio jogador, no segundo passou a ser compartilhada com Mancini. Foram 87 minutos em campo até dar lugar a Gabriel Pereira na equipe e o mesmo panorama do começo do jogo: tentar e errar.

A demora de Mancini em mexer não se limitou a Natel, mas sim a todo o ataque. O primeiro a entrar no time foi Cantillo, no lugar de Xavier, no intervalo, para dar mais volume de jogo no meio-campo, já que o River deixava apenas um homem avançado.

Léo Natel em River Plate x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Léo Natel em River Plate x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Depois disso, o técnico foi mexer na equipe apenas aos 30 minutos da etapa complementar, sacando Otero e Jô para as entradas de Cauê e Gustavo Mosquito. Mas foi apenas aos 41, junto com GP, a entrada de quem teria a melhor chance da partida: Vitinho. No fim, o meia chutou de fora da área e quase fez.

O Corinthians rondou, rondou e rondou a área do rival, mas, novamente o erro do passe final, na tomada de decisão, na busca pela melhor opção, custou o empate. Para se ter uma ideia, metade das finalizações do Timão foram para fora (cinco de dez).

A estratégia de jogar com centroavante também não deu certo. Somadas as duas atuações, Jô e Cauê tocaram 12 vezes a bola e não finalizaram a gol.

Mancini não tem obrigação de adivinhar que quem vem de boa sequência pode não render no jogo seguinte, tampouco de acertar quem vai estar em noite mais inspirada, mas não pode transformar suas convicções em teimosia. Insistir no que não dá certo com opções, possibilidades e tempo para mudar, beira essa teimosia.

Corinthians em números*

  • 69% de posse de bola;
  • 10 finalizações;
  • 5 finalizações para fora;
  • 590 passes completos;
  • 90 passes incompletos;
  • 17 desarmes.

*Números do scout da TV Globo.

Confira a coletiva de Vagner Mancini, após empate do Corinthians com o River Plate-PAR

Confira a coletiva de Vagner Mancini, após empate do Corinthians com o River Plate-PAR

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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