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Análise: Corinthians vence clássico, volta ao G-4 e adocica por um dia a amargura do torcedor em 2021

A menos de 20 dias do fim do Brasileirão, o torcedor do Corinthians vive período de amargura. Embora não exista mais chance de títulos, o time vem bem na

Análise: Corinthians vence clássico, volta ao G-4 e adocica por um dia a amargura do torcedor em 2021
Análise: Corinthians vence clássico, volta ao G-4 e adocica por um dia a amargura do torcedor em 2021

Redação Publicado em 22/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h56


A menos de 20 dias do fim do Brasileirão, o torcedor do Corinthians vive período de amargura. Embora não exista mais chance de títulos, o time vem bem na briga pela vaga direta na Libertadores – entrou no G-4 ao vencer o Santos, neste domingo. A sensação, porém, muitas vezes, é a de que esse é um ano trágico.

Pouco identificado com o técnico Sylvinho e irritado com a escalação frequente de jogadores como Jô, Gabriel e Fábio Santos, o torcedor tem colocado “mas” e “poréns” mesmo nas vitórias da equipe durante o campeonato. Foram 14 de 34 jogos. O time agora é quarto, com 53 pontos.

A pontuação já superou os 51 de 2020, quando o time foi apenas 12º colocado. Mas a impressão geral é que, com as contratações, o time subiu de patamar e já deveria ter desempenho melhor. Realmente poderia, embora valha a ressalva de que os quatro reforços praticamente não atuaram juntos. Tropeços recentes, jogos ruins fora de casa e vitórias no sufoco elevaram essa tensão.

O confronto contra o Santos, por exemplo, começou com vaias ao treinador. Poucas vezes a Neo Química Arena ecoou um barulho tão contrário a um comandante corintiano antes de a bola rolar. A derrota para o Flamengo B irritou a Fiel. Assim como escolhas, por vezes, questionáveis do treinador.

Mas a vitória por 2 a 0 no último clássico do ano adocicou a amargura. Ao menos por um dia.

Contra um ex-técnico querido pela Fiel (Fábio Carille, campeão brasileiro em 2017) e diante de um rival de nível ruim e que tem permanência na Série A ainda incerta, o Timão fez o que dele se espera numa tarde de domingo com o apoio de 43 mil torcedores: atropelou.

No primeiro tempo, foram 11 finalizações contra apenas uma santista. O número do Timão dobrou na etapa final, fechando a estatística com 22 finalizações a nove.

Os primeiros 45 minutos foram de um massacre: o Corinthians teve a posse de bola, atacou com os laterais, teve Renato Augusto inspiradíssimo e cansou de perder gols com finalizações sem veneno de Gabriel Pereira ou de pouca precisão com Róger Guedes e Jô. O 0 a 0 persistiu de forma até injusta.

Sem Giuliano pela primeira vez, já que o meio-campista sofreu lesão muscular na última rodada e só volta em 2022, Sylvinho apostou em Du Queiroz como a única novidade na escalação corintiana. E, pelo que se viu dentro de campo, acertou em sua decisão.

Gabriel, por exemplo, um dos jogadores mais criticados do time, fez partida quase perfeita. Sem tanto trabalho no meio, já que o time de Santos atuou com linha baixa e pouco atacou na primeira etapa, o camisa 5 participou da construção, não errou passes e desarmou quando foi necessário.

No segundo tempo, o volante coroou a boa partida com um belo gol, de inteligência, após assistência de Jô. O centroavante de 34 anos, aliás, também fez grande jogo: fez ótimos movimentos de pivô fora da área com os companheiros, puxou marcação, fez o gol do 1 a 0 e depois deu o passe do segundo.

Neste domingo, o criticado Gabriel também foi exaltado — Foto: Marcos Ribolli
Neste domingo, o criticado Gabriel também foi exaltado — Foto: Marcos Ribolli

Nem tudo foi perfeito, é claro. Depois de fazer 1 a 0, o Timão deu um passo atrás e passou a ser atacado pelo Santos, que criou chances perigosas. A resposta de Sylvinho veio com Willian, que voltou à ficar à disposição e jogou por cerca de 30 minutos, levando muita preocupação pela direita.

Ainda entraram Roni e Gustavo Mosquito numa tarde em que Cássio não sujou o uniforme.

Em casa, com o apoio da Fiel, o Corinthians venceu a sexta seguida. Ainda enfrentará Athletico-PR e Grêmio em Itaquera, com boas chances de somar mais seis pontos. Fora de casa, fará confrontos com Ceará, já na próxima quinta-feira, e Juventude em Caxias do Sul, na última rodada.

Para Sylvinho, a vitória traz alívio momentâneo. Da parte dos atletas e da diretoria, há respaldo. Da parte do torcedor, segue o clima de desconfiança, discordância e expectativa desencontrada.

Mas nem tudo é horrível no trabalho de Sylvinho. Ele não é o pior técnico do mundo. Celebre a vitória, torcedor! O Corinthians deu show em Itaquera e está próximo de conquistar seu objetivo em 2021.

Em mais 20 dias, a diretoria certamente fará uma avaliação do que foi bom e ruim para definir 2022.

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GE

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