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Análise: Corinthians inicia decisões mais “cascudo” e com margem para evoluir

O elenco é curto, há times mais fortes na disputa, e ainda há um longo caminho a ser percorrido. Apesar das ressalvas, o Corinthians começa a mostrar

Análise: Corinthians inicia decisões mais “cascudo” e com margem para evoluir
Análise: Corinthians inicia decisões mais “cascudo” e com margem para evoluir

Redação Publicado em 02/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h42


Velocidade, troca de passes e transição deixam Timão perigoso no mata-mata; contra a Chape, equipe ainda corre riscos e precisa de ajustes para bater de frente com rivais mais fortes

O elenco é curto, há times mais fortes na disputa, e ainda há um longo caminho a ser percorrido. Apesar das ressalvas, o Corinthians começa a mostrar credenciais para chegar longe na Copa do Brasil. E deve (por que não?) priorizar o torneio no segundo semestre, ainda que esteja vivo no Brasileirão e na Taça Libertadores.

A vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, nesta quarta-feira, em Itaquera, não chegou a ser bonita. Depois de um início sufocante e o gol de Romero, o Timão diminuiu o ritmo, deixou o jogo até arrastado e lembrou bons momentos recentes sob comando de Tite e Fábio Carille – com Osmar Loss, a equipe vai ficando “cascuda” e mais segura.

Mais importante: deu bom primeiro passo em um mês de agosto repleto de decisões. É preciso também subir na tabela do Brasileiro e enfrentar duas vezes o Colo-Colo pelas oitavas da Libertadores.

O processo, porém, não é simples. O Corinthians ainda sofre mais do que o necessário e, se corrigir isso, terá bons resultados no segundo semestre. Poderá, então, sonhar com a Copa do Brasil.

Osmar Loss e o Corinthians olham para o alto e buscam voos maiores (Foto: Marcos Ribolli)

Osmar Loss e o Corinthians olham para o alto e buscam voos maiores (Foto: Marcos Ribolli)

Contra a Chape, o Corinthians só permitiu quatro finalizações do rival até a metade do segundo tempo. Nos 25 minutos finais, porém, sofreu outras seis, e algumas que exigiram grandes defesas de Cássio. O desafio é recuperar o equilíbrio defensivo.

Para um torneio de tiro curto, que só teria mais cinco jogos até um possível título, o Corinthians está mais próximo de seu ideal.

Caso o Corinthians confirme a vaga nas semifinais depois do duelo de volta contra a Chapecoense, vai enfrentar Grêmio ou Flamengo na próxima fase – dois rivais com elencos melhores, e que fizeram um jogaço nesta quarta-feira. O momento do Timão, porém, é de subida: a cada vitória, Loss e seu time ganham confiança e reforçam convicções.

O próximo passo do Corinthians é no sábado, também na Arena, contra o Atlético-PR, às 21h (de Brasília), pelo Brasileirão. A equipe revê a Chape no dia 15 de agosto, na Arena Condá, precisando de um empate para avançar na Copa do Brasil.

Evolução a cada jogo

Com exceção do Corinthians do Brasileirão de 2015, sob comando de Tite, você se lembra de outra equipe recente do Timão jogando bonito o tempo todo? Ou se lembra de um time fazendo o suficiente, correndo menos riscos e, principalmente, vencendo?

O Timão de Osmar Loss se vê cada vez mais próximo da segunda alternativa. Um time que se defende bem, tem transição rápida ao ataque e confia nos movimentos treinados dos homens de frente para fazer os gols. Em resumo: um time eficiente, como no último ano e meio.

Entrada de Pedrinho deixou Corinthians mais veloz (Foto: Marcos Ribolli)

Entrada de Pedrinho deixou Corinthians mais veloz (Foto: Marcos Ribolli)

Contra a Chape, houve mais pontos positivos:

  • Pelo segundo jogo seguido, a velocidade foi a marca do ataque. Com Pedrinho, Mateus Vital e Romero se movimentando e trocando de posições em vários momentos, ficou mais fácil criar. O time voltou a ter um padrão lá na frente;
  • transição que beira a perfeição foi decisiva. Entre uma reposição longa de Cássio (67 metros!) e a cabeçada de Romero que decretou a vitória corintiana, foram apenas seis toques na bola;
  • As triangulações são mais frequentes, com os jogadores “se procurando”. Danilo Avelar e Fagner têm papel fundamental nisso, sendo ofensivos e chegando à última linha da defesa rival;
  • Mais vertical, o estreante Araos entrou bem e deixou impressão positiva em pouco mais de 15 minutos no jogo. Ele quase fez um belo gol de fora da área.

Osmar Loss segue o mesmo caminho de evolução do Corinthians, como o próprio reconhece:

– Eu acho que eu estou em evolução, não penso que estou pronto como as pessoas dizem. Igual o jogador de base, ele não está pronto, está em constante evolução, treinador está em constante evolução. O Tite quando começou foi evoluindo, e hoje está na Seleção e continua em evolução. A cada dia eu posso ficar melhor – resumiu.

O time começa a assimilar as ideias de seu comandante, que assumiu um desafio gigantesco ao substituir Fábio Carille e ver, logo depois, a debandada de uma comissão técnica vencedora. Passado o início de turbulência, Loss começa a mostrar sua cara.

Danilo Avelar tem sido regular em seu início no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

Danilo Avelar tem sido regular em seu início no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

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