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Análise: com marcação frouxa e pouco repertório, Corinthians sofre em clássico no Morumbi

O Corinthians entrou para jogar um jogo comum nos primeiros minutos, no Morumbi. Mas não era disso que o clássico se tratava.

Análise: com marcação frouxa e pouco repertório, Corinthians sofre em clássico no Morumbi
Análise: com marcação frouxa e pouco repertório, Corinthians sofre em clássico no Morumbi

Redação Publicado em 19/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h45


Timão leva gol no início, joga pior que o São Paulo e empaca na sexta posição no Brasileirão

O Corinthians entrou para jogar um jogo comum nos primeiros minutos, no Morumbi. Mas não era disso que o clássico se tratava.

O São Paulo, cheio de apetite no segundo jogo sob o comando de Rogério Ceni, entendeu o tamanho do clássico de segunda-feira desde o apito inicial e engoliu o Timão nos primeiros dez minutos: Luciano fez um gol que foi anulado e, na sequência, Calleri se antecipou à defesa para fazer o 1 a 0 definitivo.

Havia, claro, muitos minutos pela frente, mas o péssimo início do Corinthians no clássico foi determinante para a derrota corintiana. Ao longo do jogo, o Timão aumentou sua posse de bola, teve um Renato Augusto mais inspirado, mas sofreu com o momento técnico ruim de muitos jogadores.

Sylvinho, repetindo suas fórmulas e sem encontrar novidades dentro de seu elenco, aumentou ainda mais a pressão externa contra o seu trabalho.

Fora alguns instantes de pressão no segundo tempo, quando Tiago Volpi fez boa defesa em cabeçada de Renato Augusto, o Timão não conseguiu ser melhor que o rival por muito tempo. Quando tentava se animar, com chuveirada para a área em busca de Jô, Luciano respondeu com uma bola na trave.

Renato Augusto em São Paulo x Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Renato Augusto em São Paulo x Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Ao Corinthians, faltou pegada: nos primeiros 45 minutos, foram apenas três desarmes executados. No jogo todo, foram dez contra 26 do São Paulo. Até cobranças de lateral de Reinaldo, no mínimo três vezes, iniciaram jogadas de perigo, mostrando uma grande desatenção do sistema defensivo.

Com a bola nos pés, muitos erros de jogadores importantes diminuíram o nível técnico da equipe. Cantillo, anulado por Benítez, praticamente não foi opção de saída. No gol sofrido, Gabriel Pereira e Du Queiroz não conseguiram fechar os espaços para o cruzamento, e a dupla de zaga não parou Calleri.

João Victor, um destaque do time em 2021, teve partida ruim, errando muitas tomadas de decisão. Fábio Santos também não foi bem. O placar de 1 a 0 acabou ficando magro pelo volume tricolor.

Do meio para frente, os dois pontas não conseguiram levar vantagem nos duelos. Tanto Adson quanto Gabriel Pereira deixaram o jogo com baixa efetividade. Róger Guedes, como nove, tocou pouco na bola. Renato Augusto, o mais aceso dos jogadores, foi quem mais criou jogadas, inclusive dando uma enfiada para Giuliano, que perdeu o controle da bola e não conseguiu finalizar a jogada.

Róger Guedes em São Paulo x Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Róger Guedes em São Paulo x Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

A boa atuação do São Paulo talvez tenha se dado pela boa leitura de jogo de Rogério Ceni. Diante de um Corinthians que joga da mesma maneira rodada após rodada, a escalação de Adson não mudou a estrutura imaginada, e o São Paulo mandou no jogo desde o início.

Subiu linhas e teve transição veloz. Um meio-campo jovem, forte e de muita transpiração.

Depois do 1 a 0, faltou repertório para sair do encaixe são-paulino. Sylvinho mexeu com Mosquito, que entrou bem pelo lado, Jô, para buscar a bola aérea, e Mantuan, nos minutos finais. Mudanças já previstas. Sylvinho não parece nem mais contar com nomes como Luan e Araos.

A saída de Cantillo deixou o time com uma formação ofensiva (em cima do mesmo 4-1-4-1), mas diante da desorganização parecia que o empate só sairia numa jogada “de qualquer jeito”, no abafa. Pouco para um time que quer chegar à Libertadores para ser protagonista em 2022.

Muito pressionado nas redes sociais, Sylvinho pode terminar a semana com a equipe na sétima posição caso não vença o Internacional no Beira-Rio no domingo. Adversário direto, o Inter tem um ponto a menos (39 a 40), mas tem um jogo remarcado contra o Bragantino na quinta-feira.

Com 11 rodadas pela frente, o treinador tem o futuro da equipe e o seu próprio nas mãos nesta reta final de competição. Hoje, pelo nível de contratações, é impensável um Corinthians fora da zona de classificação para a fase de grupos da Libertadores. O Timão – e Sylvinho – precisam reagir.

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Globo Esporte

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