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Análise: cansado, São Paulo pode se beneficiar de paralisação do Paulista com tempo e reforços

É uma incógnita, a começar pela própria decisão do governo do estado, ainda alvo de uma tentativa de reversão pelos clubes, mas a paralisação do Campeonato

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Redação Publicado em 14/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h58


Federação ainda tenta reverter decisão do governo que suspendeu eventos esportivos

É uma incógnita, a começar pela própria decisão do governo do estado, ainda alvo de uma tentativa de reversão pelos clubes, mas a paralisação do Campeonato Paulista dará ao São Paulo um descanso forçado que não estava nos planos da comissão técnica. E que pode fazer bem ao time.

O São Paulo optou por iniciar o estadual sem poupar esforços, a não ser em casos extremos. A chegada de um novo técnico, a pressão por um título – qualquer título – e frustração da temporada passada pesaram para que o Hernán Crespo iniciasse seu trabalho no Morumbi sem dar descanso aos atletas que emendaram o Brasileiro no Paulista.

O cansaço ficou aparente na derrota para o Novorizontino por 2 a 1, no último sábado, pela quarta rodada do Paulistão. O time caiu muito de rendimento a partir da metade do segundo tempo, sob forte calor, período em que os donos da casa anotaram o gol da vitória.

A desvantagem gerou um gás no fim para uma pressão desordenada que quase levou ao empate – e com o VAR tirando a melhor oportunidade num pênalti que deixou de ser marcado sobre Luciano.

A decisão que vale, por ora, é de que o Paulista será paralisado entre segunda-feira e o dia 30, o que tira três jogos do calendário tricolor: o clássico contra o Palmeiras, sábado, o duelo contra o Santo André, quatro dias depois, e a partida contra o Bragantino, no domingo seguinte, dia 28 de março.

Pablo em lance de São Paulo x Novorizontino — Foto:  Rubens Chiri/saopaulofc.net

Pablo em lance de São Paulo x Novorizontino — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Um tempo para treino e recuperação de atletas que Crespo não teve no São Paulo, com reforços chegando – Orejuela já foi anunciado, Miranda está contratado e Benítez pode ser o próximo.

Tempo, também, de recuperar jogadores afastados com Covid nesta semana, casos de Léo, Diego Costa e Wellington. Mas tudo pode mudar.

A Federação Paulista de Futebol e os clubes ainda resistem ao decreto do governador João Doria.

De cara, apostam na diplomacia. Há uma reunião prevista para a manhã de segunda-feira em que a FPF tentará convencer o governo e o Ministério Público, fiador da decisão, de que é seguro manter as partidas.

Se não funcionar, a federação admite levar os jogos para outros estados – o Rio de Janeiro chegou a levantar a mão, mas depois voltou atrás; Minas Gerais é uma opção.

Nesse caso, mantidas as datas dos jogos, a situação pode causar mais problemas do que soluções ao São Paulo, que teria o desgaste das viagens – e justamente em três partidas que faria sem deixar a capital, já que o jogo contra o Palmeiras estava previsto para o Allianz Parque, e os duelos contra Santo André e Bragantino para o Morumbi.

Lance em que Luciano pediu pênalti de Giovanni — Foto: Jessica Santana / Estadão Conteúdo

Lance em que Luciano pediu pênalti de Giovanni — Foto: Jessica Santana / Estadão Conteúdo

Em campo, o cansaço e os desfalques ajudam a contar sobre a má atuação do São Paulo na primeira derrota sob o comando de Hernán Crespo. Mas não só.

Com a zaga afetada, o técnico optou por manter o esquema com três zagueiros. Colocou Bruno Alves na esquerda, Luan no centro e Rodrigo Freitas na direita. No primeiro tempo, o time priorizou o lado direito, praticamente ignorando Reinaldo, líder de assistências na temporada passada.

Igor Vinícius não conseguiu levar o time ao ataque e ainda errou um chutão que caiu no pé rival no que iniciou o lance do gol do Novorizontino no primeiro tempo.

A postura tricolor mudou no início do segundo tempo, com Rojas no lugar de Rodrigo Freitas. O time voltou bem, pressionando o Novorizontino, e colocou uma bola no travessão antes de Rojas empatar.

A partir da metade da etapa final, o São Paulo perdeu o ímpeto e abriu espaço para o Novorizontino se arriscar. Volpi evitou segundo gol duas vezes antes de Reinaldo dar um passe de presente para Guilherme Queiroz, que ainda contou com a ajuda do goleiro, que não conseguiu defender um chute que passou por baixo de seus braços.

A reação tricolor, atabalhoada, parou na arbitragem. Há razão do São Paulo em reclamar do pênalti em Luciano, ainda que o desempenho do time não seja condizente com melhor sorte no placar.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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