“Elas não me xingaram, mas, quando passaram por mim, riram. Quem não precisa de dinheiro tem vergonha de trabalhar como eu trabalho. Não tem coragem de fazer o que eu faço”, diz a sorveteira.
O post foi feito no dia 28 de outubro e já tem 95 mil curtidas, quase 13 mil compartilhamentos e três mil comentários. Na postagem, Bruna disse que se sentiu mal e envergonhada por ser provocada.
“Nos primeiros cinco minutos quase voltei correndo pra casa. Seja quem for, gostaria de dizer que no fim do dia eu tinha meus R$ 74 muito suado e honesto, sem precisar fazer qualquer tipo de coisa errada”, postou a vendedora de picolé.
Ela ainda conta que esta não foi a primeira vez que se sentiu constrangida com a reação de outras pessoas. “Já aconteceu de me olharem torto, mas de rirem da minha cara do jeito que riram, nunca aconteceu”, afirma.
Bruna diz na publicação que resolveu fazer a postagem porque tem “muito orgulho de ser trabalhadora” e que não liga mais para a opinião dos outros.
Não demorou muito para os comentários começarem a surgir e, em um deles, um seguidor disse “mais de 80 mil curtidas, milhares de compartilhamentos sem precisar apelar, com fotos no espelho e outras coisas mais! Uma foto honesta, mostrando o caráter seu! Dignidade! A verdadeira honra da mulher! Você representante todas a mulheres honestas do nosso país.”
Em outro comentário, a internauta disse que “Parabéns para você não importa o que os outros vão falar ou pensar. Siga em frente, pois só você conhece as tuas necessidades. Que Deus te abençoe e abre portas de emprego para você muitas e muitas vendas guerreira”.
Não é mole não
Em outra postagem, Bruna fala que vender picolé no sol forte do interior de São Paulo não é fácil e que, muitas vezes, passa horas sem vender um sorvete.
“Desistir é uma opção, afinal a garganta seca e o suor na testa gritam pedindo por uma sombra fresca. Mas os meus objetivos são maiores e a temperatura do dia é apenas um dos incentivos para que eu prossiga”, postou.
Bruna, que também já trabalhou em supermercados, ainda diz que as pessoas não podem ser admiradas apenas por um diploma e frisou que todo trabalho é importante. “Quem debocha é a minoria, mas às vezes são as pequenas coisas que ferem mais”, escreveu.