O prefeito de Sorocaba (SP) exonerou dois secretários para fortalecer a base aliada na votação do relatório da Comissão Processante, na quinta-feira (24), que
Redação Publicado em 23/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 07h54
O prefeito de Sorocaba (SP) exonerou dois secretários para fortalecer a base aliada na votação do relatório da Comissão Processante, na quinta-feira (24), que pede a cassação do chefe do Executivo após uma confusão com a vice-prefeita durante uma reunião.
Marinho Marte, da Secretaria de Assuntos Jurídicos, e Anselmo Neto, secretário de relações institucionais, devem voltar à Câmara Municipal. A manobra de José Crespo tira das cadeiras os vereadores que eram suplentes: JP Miranda (PSDB) e Rafael Militão (PMDB). Segundo o líder do governo, o vereador Fernando Dini (PMDB), não irá ter orientações de voto.
“Levaremos aos vereadores da base qual a tese que está em discussão e a parte política e a parte legal. Todos formarão o juízo de razão e iremos procurar vencer tudo isso no plenário”, afirma.
Os partidos de oposição relataram que irão realizar reuniões individualmente e devem aprovar o relatório. “Vamos consultar o diretório e a Executiva do partido, e traremos a nossa posição de bancada aqui”, contou a vereadora Iara Bernardi. A oposição diz ter 11 votos a favor da cassação. É preciso 14 para a cassação.
Na sessão extraordinária será apresentado o relatório que aponta dois crimes de Crespo: quebra de decoro e prevaricação. De acordo com a comissão, o prefeito agrediu a vice-prefeita, Jaqueline Coutinho, verbalmente durante uma reunião no dia 23 de junho.
Durante a apresentação, o relatório poderá ser lido na íntegra ou em trechos. Em seguida, cada um dos 20 vereadores terá até 15 minutos para se pronunciar, se quiserem. Na defesa, o prefeito ou um advogado pode usar a tribuna para defesa por até duas horas. Na sequência, cada vereador pode falar por mais cinco minutos cada. A defesa tem um tréplica de 40 minutos.
Depois, começam as duas votações: uma que votará o crime de prevaricação e outra para a quebra de decoro. O prefeito já foi notificado e negou os crimes apontados pela comissão.
“Não vou influenciar o resultado, então não posso fazer comentários do que possa acontecer. O que posso dizer, com paz e serenidade, que respeito a Câmara e respeitarei a decisão deles também. Meus depoimentos e as provas já demonstram isso “, disse em entrevista à TV TEM.
José Crespo afirmou que assessoria pivô de confusão estava com documentação em dia (Foto: Reprodução/TV TEM)
Entenda
O prefeito de Sorocaba e a vice vivem uma sequência de polêmicas após os dois se envolverem em uma confusão quando a vice pediu que fosse apurada a validade do diploma apresentado pela agora ex-assessora Tatiane Polis.
Na época, o caso ganhou repercussão nacional quando a mãe dela publicou o relato nas redes sociais. Na ocasião, Jaqueline recebeu o G1 em casa para falar sobre o caso e disse que foi vítima de agressão verbal por conta da denúncia.
Quando ela se reuniu com Crespo e outros secretários para cobrar dele uma posição sobre a denúncia, o prefeito teria dito que o assunto estava encerrado e pediu para que ela se retratasse com a assessora. Crespo alegou que a funcionária havia sido constrangida.
Tatiane Polis pediu exoneração do cargo após alegar que passou a sofrer perseguição com a repercussão do caso. Em meio ao caso, Crespo chegou a pedir que a vice trabalhasse de casa e determinou que ela esvaziasse a sala no Palácio dos Tropeiros. Jaqueline entrou na Justiça e, com uma liminar, conseguiu retornar ao gabinete em agosto.
Vereadores de Sorocaba vetam três propostas apresentaradas pelo Executivo