Saúde desiste de compra de respiradores e cita “caráter mutável” da pandemia

Sem cumprir o prometido, o Ministério da Saúde planeja cancelar a compra de ao menos 2.880 respiradores . O volume corresponde a 50% de ventiladores de

Saúde desiste de compra de respiradores e cita “caráter mutável” da pandemia -

Redação Publicado em 29/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h17

Em ofício, pasta pede a empresa para cancelar compra de 50% de ventiladores de transporte

Sem cumprir o prometido, o Ministério da Saúde planeja cancelar a compra de ao menos 2.880 respiradores . O volume corresponde a 50% de ventiladores de transporte – usados por equipes no transporte de pacientes com dificuldade de respiração – contratados pela pasta à empresa Magnamed.

O contrato previa produção e entrega nos meses seguintes para o combate à  Covid-19 . Todavia, no ofício obtido, o Ministério afirma que a empresa passa a estar autorizada a vender produtos no mercado interno e para outros países, o que era vetado antes por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-coV-2).

Em nota, o ministério confirmou que “contratos de aquisição de respiradores estão sendo revistos”. Disse ainda que “o objetivo é otimizar a oferta conforme a demanda dos gestores locais”.

A pasta também justificou a medida alegando “o caráter mutável da epidemia e as alterações nos planos de contingência”.

Além da Magnamed, o Ministério firmou contratos com mais quatro empresas para produção e compra de respiradores. A previsão inicial da pasta era fornecer até 16.252 respiradores até o fim deste mês, com prazo máximo até outubro.

Dados de um painel criado pelo ministério para acompanhar a distribuição de equipamentos em meio à pandemia apontam que foram entregues 8.628 respiradores até agora a estados e municípios. Destes, 4.584 são para uso em UTIs e 4.044 para transporte de pacientes.

Só para os respiradores de transporte, o valor previsto a ser pago era de R$ 236,9 milhões. Procurada, a Magnamed disse que não iria se pronunciar sobre o caso.

O atraso na entrega de itens prometidos para assistência ao novo coronavírus tem sido alvo de críticas de gestores de saúde nos últimos meses.

iG

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