Protesto contra censura marca festa de abertura do Festival do Rio

Pouco antes do início da cerimônia, o cineasta Luiz Carlos Lacerda havia exibido outro cartaz com a mesma frase.

Protesto contra censura marca festa de abertura do Festival do Rio -

Redação Publicado em 06/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h18

Pouco antes do início da cerimônia, o cineasta Luiz Carlos Lacerda havia exibido outro cartaz com a mesma frase.

Mariana também lembrou que, em 2017, comemora-se os 50 anos da descriminalização da homossexualidade no Reino Unido.

“Este festival celebra a diversidade e a tolerância”, disse a atriz.

O gesto de Mariana foi aplaudido pela plateia e referendado logo em seguida pela diretora do festival, Ilda Santiago, que não mencionou o episódio do “Queermuseu” de forma específica.

“Este tem sido um ano difícil para a cidade, para o estado e para o Brasil. Por isso festivais como este são importantes: para ajudarmos a tornar as coisas melhores por meio da arte. E a arte é o exercício do diferente. Do amor às diferenças. E é isso que vamos fazer ao longo dos 11 dias deste festival. Não por acaso, escolhemos um filme especial, que trata do amor entre diferentes, para a abertura do evento”, disse ela, referindo-se à “A forma da água”, longa do diretor mexicano Guillermo Del Toro que venceu a última edição do Festival de Veneza – a produção entrará no circuito comercial no dia 11 de janeiro.

“Não recuem porque a cultura é o nosso bem mais precisoso”, pediu Ilda às autoridades responsáveis pela cultura na cidade e no estado.

Ilda Santigado, Mariana Ximenes e Walkiria Barbosa na abertura do evento. (Foto: Carlos Brito)

A recessão e os problemas que têm afetado a economia brasileira também atingiram o festival.

“Este foi um ano difícil. Por sorte, temos muitos parceiros que ajudaram a tornar essa edição possível”, afirmou Wakiria Barbosa, outra diretora da mostra.

O evento, que vai até o próximo dia 15, traz 250 filmes de 60 países apresentados por 15 mostras paralelas em pelo menos 20 locais de exibição do Rio de Janeiro e Niterói.

Abertura do festival foi realizada no Odeon, no Centro (Foto: Carlos Brito)

Na programação, estão previstas as produções “Baseado em uma história real”, de Roman Polanski, “Victoria e Abdul”, de Stephen Frears, “A entrevista de Putin”, de Oliver Stone, “O artista do desastre”, de James Franco, “Rastros”, de Agnieszka Holland, “Roda gigante”, de Woody Allen, “Pequena grande vida”, de Alexander Payne, “Detroit em rebelião”, de Kathryn Bigelow, “O diabo e o Padre Amorth”, de William Friedkin, “O formidável”, de Michel Hazanavicius, “Roubo em família”, de Steven Soderbergh, “A guerra dos sexos” e de Jonathan Dayton e Valerie Faris.

A programação completa dos filmes, com datas e preços de ingresso, pode ser vista no site site oficial do evento: www.festivaldorio.com.br

jornal bom dia

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