Polícia faz buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia atendimentos

A Polícia Civil faz na tarde desta terça-feira (18) buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde o médium João de Deus, preso suspeito de abusos

Polícia faz buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia atendimentos -

Redação Publicado em 18/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h30

Entre os objetivos está verificar como é sala onde supostamente ocorreram os abusos. Médium está preso no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, e nega as acusações.

A Polícia Civil faz na tarde desta terça-feira (18) buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde o médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais, fazia atendimentos espirituais. A defesa dele sempre negou as acusações e entrou com um pedido de habeas corpus nesta segunda (17), mas Justiça ainda não o analisou.

Segundo apurações da TV Anhanguera, o principal objetivo da corporação é verificar o local onde supostamente ocorreram os abusos. Em depoimento, o médium afirmou que possui uma sala na Casa Dom Inácio de Loyola, cuja porta é transparente. Ele declarou que “nunca trancou a porta para atendimentos e, muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.

Segundo João de Deus, a sala também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. Ele contou também que há duas janelas na sala, uma geralmente fica aberta e a outra fechada.

“Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do exterior”, afirma o suspeito.

Diante dessas declarações, a polícia quer colher imagens do local para poder confrontar com todos os depoimentos colhidos.

Sala onde aconteciam atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia — Foto: Alessandro Vieira/TV Anhanguera

O mandado de busca e apreensão foi expedido junto com o pedido de prisão do médium. No documento, constam três endereços ligados a João de Deus no interior do estado, onde a corporação pode fazer o trabalho de investigação.

Esta é a primeira vez que a Polícia Civil entra na Casa desde que as denúncias de abuso sexual começaram a surgir.

Casa aberta

Chico Lobo, um dos administradores do local, disse que, mesmo com o trabalho da polícia, a Casa Dom Inácio de Loyola segue aberta e recebendo as pessoas. Os principais dias de atendimento são nas quartas, quintas e sextas-feiras.

“Está aberta e vai continuar aberta, a menos que tenha uma ordem da Justiça para fechar. Vamos continuar fazendo os trabalhos de atendimento e passe”, explicou. O local atende cerca de 5 mil pessoas por semana, segundo o administrador.

O advogado de defesa Alberto Toron informou que não foi comunicado sobre as buscas feitas na casa de não tem conhecimento do objetivo da ação.

O médium João de Deus, preso em Goiás sob acusação de abuso sexual — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Denúncias

João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.

O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.

Segundo o advogado Alberto Toron, o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.

SP DIARIO João de Deus

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