A Polícia Federal e a Receita Federal tentam encontrar parte dos recursos que teriam sido desviados pelo esquema de corrupção comandado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. A análise de duas contas bancárias mostra que ele quase não sacava dinheiro delas. Investigadores dizem que isso leva a crer que ele usava recursos financeiros de contas de terceiros ou que tenha muito dinheiro vivo guardado.
Ele foi preso na última quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Executivo estadual. Ele segue preso na Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do RJ. A Justiça derrubou neste fim de semana o sigilo do pedido de prisão do governador.
‘Documentação’
O doleiro Álvaro Novis, delator da Lava Jato, disse que entregou dinheiro para um assessor do governador Luiz Fernando Pezão, segundo o Ministério Público Federal. Em depoimento, ele disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso.
Para tentar provar o que contou na Justiça, Álvaro Novis entregou gravações das conversas entre um funcionário da corretora de valores dele e Luizinho, o assessor de Pezão. Em ligações, o funcionário diz a Luizinho que tem uma “documentação” para entregar. Segundo a investigação, este é o nome ao qual se referiam para falar sobre o dinheiro da propina.
O nome de Pezão aparece nas investigações desde o início da Lava Jato no Rio, de acordo com a PF. Mas era preciso apurar melhor esses supostos pagamentos. Os investigadores seguiram o caminho do dinheiro e concluíram que os repasses foram feitos em dinheiro vivo.
‘Big Foot’
Nas planilhas de Álvaro Novis, o governador é chamado de ‘Pé’, ‘Pé-grande’, ‘Big Foot’ e ‘Pezonne’. Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões.