O homem suspeito de ter matado cinco aves do Bosque Municipal de São José do Rio Preto (SP) nega que tenha cometido o crime ambiental por vingança, por não trabalhar mais no local. Ele foi detido nesta quarta-feira (18) na casa dele, no bairro Jardim Yolanda. “Foi um surto meu, foi do nada, quando vi já tinha feito”, afirma Acácio Aparecido Navarro.
Acácio foi levado para a delegacia para prestar depoimento e deve responder em liberdade pelo crime ambiental. “Ele ficou surpreso com a polícia, achou que ia escapar dessa, ficar impune, por não ter câmeras no Bosque e testemunhas. Foi um trabalho de investigação pura”, afirma o delegado André Balura.
A Polícia Civil deve concluir em poucos dias o inquérito sobre o caso. Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do homem responsável pela morte dos animais.
Na casa os policiais encontraram 15 estilingues, três armas de pressão e muitas bolinhas e gude e chumbinho de pesca iguais aos que foram usados como munição. Funcionários do Bosque encontraram dois jacus e um aracuã mortos nos viveiros. Outras três aves ficaram feridas e foram internadas num hospital veterinário da cidade.
Urubu-rei estava no Bosque de Rio Preto desde 1998 (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Devido à gravidade dos ferimentos, um faisão prata e um urubu-rei, uma espécie bem rara, não resistiram e também morreram. Um urumutum segue internado em estado grave. Depois da crueldade a segurança na área do bosque passou a ser feita por guardas municipais.
Acácio alega problemas psiquiátricos como motivo de ter cometido o crime. Além de ter perdido o emprego, o suspeito também perdeu o pai recentemente e usava medicamento. “Tomo remédio para a cabeça, me deu cinco minutos de besteira e fiz aquilo lá, sendo que eu trabalhei lá. Eu me arrependo, não devia ter feito isso”, afirma.
Além da Polícia Civil, a Polícia Ambiental também precisou ser chamada porque no quintal da casa dele foram encontrados 11 jabutis. Esses animais silvestres precisam de autorização do Ibama para serem criados em cativeiro.
A prefeitura disse que, por motivos éticos, não pode se manifestar sobre os motivos da demissão do funcionário.
Polícia apreendeu bolas de gude, estilingues e armas de pressão (Foto: André Modesto/TV TEM)
Marcas de bolas de gude na parede da casa do suspeito (Foto: André Modesto/TV TEM)
Bolas de gude e chumbinhos usados no ataque (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Raio X mostra o local onde o chumbinho ficou alojado na ave (Foto: Divulgação/Prefeitura Rio Preto )