Uma lei municipal criada pela Câmara de Vereadores de Votuporanga (SP) nesta semana liberou a criação de galinhas na zona urbana da cidade. O projeto foi
Redação Publicado em 07/05/2017, às 00h00 - Atualizado às 15h29
Uma lei municipal criada pela Câmara de Vereadores de Votuporanga (SP) nesta semana liberou a criação de galinhas na zona urbana da cidade. O projeto foi criado para ajudar no combate aos escorpiões, já que a galinha é predadora desses animais. Até o começo deste ano, o morador que criasse galinhas poderia ser autuado pela Vigilância Sanitária, porque ela pode causar sujeira e incômodo à vizinhança.
A prefeitura seguia normas estaduais para controlar a situação, mas a Câmara decidiu liberar essa criação. O projeto estabelece que o morador pode criar em casa até três galinhas adultas e cinco pintinhos com até 40 dias de nascimento. As aves devem ser criadas soltas no quintal e quem desrespeitar as determinações pode pagar multa e ser proibido de criar os animais.
O soldador Fabiano Farina começou a ter problemas com escorpiões que apareciam dentro de casa e, por esse motivo, decidiu arrumar algumas galinhas para comer esses animais. “Minha esposa estava grávida e encontramos vários escorpiões em casa. Conversei com o vizinho e ele deixou eu criar galinhas no lote vazio. Era uma solução para acabar com os escorpiões”, afirma.
Mas para criar galinhas no quintal tem que redobrar a limpeza. O veterinário Cláudio Camacho afirma que a sujeira pode atrair muitos insetos, inclusive o mosquito palha, transmissor da leishmaniose. “O mosquito palha, vetor da leishmaniose, utiliza galinheiros e ambientes onde há matéria orgânica para criadouro de larvas. Quem for criar galinha em quintal deverá ter um controle muito grande da higiene e do esterco da galinha, para não deixar esse material se acumular sob o solo, o que poderia favorecer a multiplicação desse mosquito”.
Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, 303 cachorros foram diagnosticados com leishmaniose em Votuporanga e uma pessoa teve a doença. Em 2017, de janeiro até agora, 109 cães também foram identificados com leishmaniose, três pessoas tiveram a doença e uma morreu. Ainda de acordo com a secretaria, 160 casos de picadas de escorpião foram registrados neste ano. No mesmo período do ano passado, foram 174 registros.