O Black Eyed Peas que lança disco nesta sexta-feira (26) não é o mesmo que te fez dançar nos anos 2000.
Redação Publicado em 26/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h55
O Black Eyed Peas que lança disco nesta sexta-feira (26) não é o mesmo que te fez dançar nos anos 2000.
As boas batidas batidas e as letras com aquele carpe diem pop não estão mais com a banda americana. Fergie também não: saiu em carreira solo no ano passado.
Tem quem pense que o Black Eyed Peas começou em 2003, com “Elephunk” e seus hits “Shut up” e “Let’s Get Started”. Mas o primeiro disco com Fergie foi o terceiro do grupo, um trio entre 1992 e 2002.
O hip hop mais politizado, romântico e pretensamente raiz dessa fase volta em “Masters of the Sun, Vol. 1”, sétimo álbum deles.
Em vez de convocarem outra cantora titular, o trio aposta em:
Apl.de.ap, Will.I.Am e Taboo formam o Black Eyed Peas — Foto: Divulgação
Antes, Will.I.Am, Apl.de.ap e Taboo versavam sobre assuntos como beber observando bundas (“My Humps”) e festas infinitas (“Don’t Stop the Party”, “I Gotta Feeling”).
Agora, rimam sobre temas mais sérios como a necessidade de se revoltar contra a indústria farmacêutica (“Ring the Alarm”) e a preocupação em conscientizar os mais jovens sobre os vícios em opioides e aparelhos eletrônicos (“Big Love”).
Na fase festeira, o Black Eyed Peas tomava refrão emprestado de “Time of my Life” (megahit do filme “Dirty Dance”). Na nova “Wings”, o refrão sampleado é de “Tom’s Dinner”, canção intimista de Suzanne Vega.
Nessa música com Nicole Scherzinger e em “4Ever”, o grupo faz lembrar a execrável bossa nova de supermercado. É aquela trilha na qual moças aparentemente gripadas cantam versões calmas dos Stones ou de sei lá quem enquanto enchemos nossos carrinhos.
No fim, “Masters of the Sun” não é um retorno tão contundente, mas a ideia do Black Eyed Peas parecia ser esta: não perder fãs da fase Fergie e dar pistas de que tempos menos festeiros estão chegando. Tenho uma sensação de que a parte 2 pode trazer um rompimento de verdade…