Pesquisa da Rede Nossa São Paulo divulgada na manhã desta terça-feira (13) mostra que 70% dos paulistanos avaliam que o preconceito e a discriminação contra a
Redação Publicado em 13/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h26
Pesquisa da Rede Nossa São Paulo divulgada na manhã desta terça-feira (13) mostra que 70% dos paulistanos avaliam que o preconceito e a discriminação contra a população negra se mantiveram igual ou aumentaram nos últimos 10 anos na cidade de São Paulo.
A percepção de que a discriminação aumentou é maior entre os entrevistados pretos e pardos. Segundo a população negra, o racismo aumentou para 39% dos ouvidos. Já para 38% dos não negros, o racismo se manteve no mesmo patamar e para outros 19% diminuiu.
“Isso mostra que, de alguma forma, o paulistano em geral percebe a presença do preconceito e do racismo na cidade de São Paulo. É notório que a população negra é a que mais sente, por isso tem uma percepção maior”, afirmou Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa SP.
Os paulistanos das regiões Central e Sul são os que mais consideram que o preconceito contra a população negra se manteve, 45% dos entrevistados, enquanto para os da Zona Oeste, que diminuiu (35%).
O perfil dos entrevistados que acham que o racismo aumentou é formado por jovens de 16 a 24 anos (42%), mulheres (37%), mais pobres (37%) e da classe C (35%). Para Sampaio, o perfil mostra justamente a população mais vulnerável. “A pesquisa revela que é o perfil é muito estereotipado e são os segmentos que mais percebem o racismo”, declarou.
A diferença no tratamento de pessoas é mais acentuada entre os que se autodeclaram pretos ou pardos, principalmente nem locais relacionados ao comércio e prestação de serviços, como lojas, restaurantes, bares, cinemas, supermercados e farmácias.
“O preconceito sempre acaba sendo do outro, o paulistano acaba tendo esse perfil dúbio”, disse Américo Sampaio.
Para 2/3 dos entrevistados, as pessoas negras têm menos oportunidades no mercado de trabalho ou no próprio ambiente de trabalho do que as pessoas brancas. Entre os negros e pardos, 73% acreditam que existe discriminação nas oportunidades. Já entre os brancos, 60% acreditam que há preconceito na hora de contratar uma pessoa com pele escura.
Moradores das regiões Oeste (71%) e Sul (70%) são os que mais afirmam que pessoas negras têm menos oportunidades no mercado de trabalho do que pessoas brancas.
Pouco mais de ¾ da população paulistana avalia que a administração municipal tem feito pouco ou nada para combater o preconceito e a discriminação em São Paulo.
“Esse dado revela que a discriminação é muito alta na cidade de São Paulo. Você não tem um foco específico para a população negra, não há políticas públicas, que é um erro”, afirmou Sampaio.
Para 27% dos entrevistados, a administração municipal não tem feito nada para combater o preconceito e discriminação em São Paulo.
Para 50% dos paulistanos, a administração municipal tem feito pouco para combater o preconceito e a discriminação na cidade. Outros 10% dizem que a Prefeitura de São Paulo tem feito muito pouco e outros 13% não sabem ou não responderam.
O G1 procurou a Prefeitura de São Paulo, mas não obteve uma resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado posteriormente.