Parcelamentos de dívidas com o Instituto de Previdência dos Servidores de São José dos Campos tiveram início na gestão de Emanuel Fernandes (PSDB)

Ainda em seu primeiro mandato, o político parcelou dívida que corrigida chega a R$ 103 milhões; atual prefeito Anderson Farias (PSD) quitou o débito em 2022

O ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) em sessão na Câmara dos Deputados - Imagem: Divulgação / PSDB

Redação Publicado em 25/10/2024, às 07h10

O parcelamento de dívidas com o IPSM (Instituto de Previdência do Servidor Municipal) de São José dos Campos teve início com o prefeito Emanuel Fernandes (PSDB).

O termo de confissão de dívida e parcelamento foi publicado no boletim do município em 28 de dezembro de 1999, ainda no primeiro mandato do tucano, que governou São José entre 1997 e 2004.

Vinte e cinco anos depois, o parcelamento de dívidas com o instituto dos servidores é um dos temas centrais da campanha eleitoral atual na cidade.

Estão na disputa do segundo turno o atual prefeito Anderson Farias (PSD) e o ex-prefeito Eduardo Cury (PL). Emanuel Fernandes é o principal fiador e um dos apoiadores da campanha de Cury na cidade.

No documento assinado por Emanuel, ele confessa uma dívida de R$ 11,268 milhões com o IPSM, decorrente da falta do repasse da contribuição patronal ao instituto entre agosto e dezembro de 1998.

O documento atesta que a dívida seria paga em 360 parcelas, com incidência de 1% de juros ao mês.

Corrigida pelo IGPM, mesmo índice mencionado no documento, o valor da dívida chegou a R$ 103 milhões em 2022, quando foi inteiramente quitada pelo atual prefeito Anderson Farias.

A quitação da dívida de Emanuel foi antecipada, já que a previsão era que os pagamentos se encerrassem apenas em novembro de 2029.

A falta de repasse da contribuição patronal pode ser denunciada como apropriação indébita previdenciária. A legislação atual pune o governante com reclusão de dois a cinco anos e multa.

Polêmica

Na campanha atual, Eduardo Cury afirma que Anderson estaria atrasando o repasse ao Instituto de Previdência, o que poderia comprometer a saúde financeira da autarquia.

Em sua defesa, o atual prefeito diz que o saldo atual de débitos apurados se refere a aportes por insuficiência financeira do próprio Instituto de Previdência do Servidor Municipal e não de contribuições patronais do Município, que estão estritamente em dia.

O Instituto de Previdência de São José dos Campos é uma Autarquia Municipal criada através da Lei Municipal nº 4220, de 8 de julho de 1992, para ser o órgão gestor do sistema previdenciário dos servidores municipais.

Possui atualmente um patrimônio de quase R$ 3 bilhões e é considerado um dos mais saudáveis do Brasil. O instituto possui cerca de 7.500 beneficiários, entre servidores aposentados e pensionistas.

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