Rajada Histórica

Ventania em SP bate recordes desde 1995, afirma a Defesa Civil

Mais de 13 horas após a última tempestade, muitas áreas da capital paulista ainda enfrentam quedas de energia

Ventania em SP bate recordes desde 1995, afirma a Defesa Civil - Imagem: Reprodução / Agência O Globo / Edmilson Dantas

William Oliveira Publicado em 12/10/2024, às 10h38

Nesta sexta-feira (11), a zona sul de São Paulo foi palco de um fenômeno meteorológico sem precedentes na história recente da cidade. Uma rajada de vento, atingindo impressionantes 107 km/h, marcou a tempestade mais intensa já registrada pela Defesa Civil desde o início de sua série histórica em 1995.

O impacto dos ventos foi sentido em várias frentes, com um incidente notável envolvendo a cobertura de um shopping que se desprendeu e atingiu um carro no estacionamento. Este evento superou o recorde anterior estabelecido em 3 de novembro de 2023, quando a região metropolitana teve ventos de até 103,7 km/h. Naquela ocasião, os danos à infraestrutura elétrica causaram uma interrupção prolongada no fornecimento de energia, afetando diversos bairros por mais de uma semana.

Passadas mais de 13 horas desde a última tempestade, muitas áreas da capital paulista ainda enfrentam apagões. Entre os bairros mais afetados estão Vila Andrade e Guarapiranga, localizados na zona sul. A falta de energia elétrica complicou o trânsito em vias importantes como a Avenida Giovanni Gronchi, onde pedestres precisavam da ajuda dos motoristas para atravessar devido à inatividade dos semáforos. Durante a visita da nossa equipe ao local, não foram avistados agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para auxiliar na situação.

Em resposta ao caos gerado, o presidente da Enel — empresa responsável pelo fornecimento elétrico em São Paulo — anunciou uma coletiva de imprensa para detalhar as ações emergenciais adotadas desde o início do temporal. Vale lembrar que em novembro do mesmo ano, a concessionária foi punida pela demora na normalização dos serviços.

A aviação também sofreu impactos significativos. No Aeroporto de Congonhas, as operações foram temporariamente interrompidas entre 19h53 e 20h12 devido à tempestade. Durante esse período crítico, seis pousos foram redirecionados e duas decolagens suspensas, conforme informações da Aena, administradora do terminal. No Aeroporto Campo de Marte, rajadas chegaram a 88,9 km/h às 19h44, segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

Tragicamente, as condições severas resultaram em quatro mortes no estado. Em Bauru, a queda de um muro matou três pessoas — incluindo uma criança — e um cachorro. Em São Paulo, uma morte foi confirmada no Campo Limpo após uma árvore cair sobre uma pessoa.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender 142 ocorrências relacionadas à queda de árvores na região metropolitana entre meia-noite e oito horas da manhã desta sexta-feira, destacando a extensão dos danos causados pelo fenômeno meteorológico extremo.

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